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VESTIBULAR, A GRANDE PASSAGEM


Surge então no século XX (com maior intensidade apAo estudarmos o desenvolvimento humano, desde os tempos mais remotos até os dias atuais, poderemos observar que em todas as épocas, de alguma maneira, a passagem de jovem para adulto sempre foi marcada, seja por grandes festas, ou por grandes provas de coragem. Como determinada tribo indígena do Brasil, por exemplo,onde o jovem deve vestir por algum tempo uma luva tecida com formigas cuja ferroada é muito dolorida, e deixar-se picar. E repetir esse feito por algumas vezes. Com isso, não só era iniciado na vida adulta, como também conquistava o respeito e a admiraçao da tribo por sua coragem.

ós os anos 50), um ritual moderno - passar no exame da universidade, passar por um "trote", e ser "bicho" por um ano. (Isso tudo vislumbrando um aprendizado profissionalizante, com duração em média de cinco anos). E assim conquistar um lugar de respeito e admiração na sociedade moderna. Passa então para a vida adulta, tornando-se pessoa útil e contribuinte com os propósitos dessa sociedade. Ele aguentará firme as pressões das provas de seleção, a humilhação do trote e o primeiro ano, pensando na sua realização pessoal, profissional, no desejo de respeito, bem como no reconhecimento dessa sociedade. Não seria um grande ddesafio se as condições de chegada até esse vestibular fossem outras, mas, de um lado temos uma seleção que diz que as vagas são menos que os interessados e portanto, os que mais sabem terão vantagens, e isso não dependeu só do esforço individual de cada vestibulando. Temos do outro lado, os alunos, na maioria despreparados, correndo atrás de conhecimento, pois foram de alguma forma prejudicados pela pouca qualidade no ensino brasileiro, gerando desmotivação ao buscar o saber, além de outras questões. Nas famílias, os comentários de que as provas são difíceis, que o vestibulando é nervoso, o cursinho é muito caro, o gênio de 15 anos, filho do vizinho entrou na USP,e que provavelmente o vestibulando está meio fraco e pode nao passar.

Vamos pensar nessa passagem, nesse ritual, começando pelos comentários que não ajudam em nada; e que atrapalham muito por trazerem um clima de insegurança, ansiedade e esmorecimento, a se juntar no déficit escolar que o vestibulando muitas vezes já apresenta. É uma nuvem preta em sua cabeça. Terá muito mais chances o vestibulando cujos pais, acreditando em seu filho e bom desempenho, propiciem um ambiente acolhedor e tranquilo. São pais que não depositam suas ansiedades, vaidades e orgulho sobre o filho. Todos, a seu tempo, seguirão seu ritual de passagem, mas os pais contrubuirão bastante se permitirem ao filho lidar tão somente com suas próprias incertezas, angústias, limitações e culpas. Isso já é muito grande, não é? Jovem, saiba que uma coisa é certa: muita gente tem passado por esse ritual e, mesmo não sendo nas condições idealizadas, quem se propôs efetivamente, conseguiu. Estamos falando de todas as pessoas que estão aí, profissionalizadas, com curso superior e sabemos que é muita gente. Então, força para prosseguir, coragem para superar as suas dificuldades e ousadia para carregar o fardo que lhe pertence.


Vá em frente, você consegue! Matéria editada no jornal dia 10 de dezembro de 2002

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