top of page

SENTINDO MEDO SÍNDROME DO PÂNICO


Se for capaz de ler este artigo, é porque você conseguiu sobreviver aos diversos perigos durante seu processo e crescimento, tanto os causadores das limitações emocionais, cognitivas, como os perigos referentes à permanecer vivo. Você sabe muito bem o que é sentir medo, por que foi graças a ele, entre outros que o ajudou até aqui, e que continuará ajudando. O medo é uma forma de defesa do organismo contra um perigo iminente, e se manifesta sempre quando há uma ameaça concreta. Mas há pessoas que desenvolvem uma ansiedade em relação a sentir medo, isto é, sentem um medo motivado por uma situação que poderia acontecer no futuro, e que na verdade não aconteceu. É MEDO DE SENTIR MEDO.

As ações começam a ficar mais limitadas, pois a pessoa não consegue distinguir de onde vem o perigo causador de tamanho medo. Tomando a casa como uma referência de refúgio, começa a dificuldade para sair porque o mundo todo, indistintamente, é uma ameaça. Isso vai crescendo sem que ela se dê conta, sentindo-se cada vez mais angustiada e presa ao medo. Nesse momento, essa pessoa entra num ciclo: o estado psicológico manda uma mensagem de perigo ao sistema fisiológico, que desencadeará um conjunto de respostas físicas, tais como: descarga de adrenalina; taquicardia; sudorese; tremor nas mãos; no queixo; nas pernas; tonturas. Esses sintomas por sua vez serão reinterpretados psicologicamente como uma nova e verdadeira ameaça; portanto desencadeará todo o ciclo de novo, só que cada vez com mais intensidade. Desconfiando de tudo, essa pessoa acabará interrompendo a vida até o ponto em que, completamente apavorada, sem sair mais de casa, não vai suportar nem ficar só, como se ela própria fosse uma ameaça a si mesma. Freqüentemente, essa pessoa busca ajuda de cardiologistas, pois sente tontura, dor no peito, formigamento nos braços, como se estivesse prestes a enfartar. Este tipo de medo já está longe daquele que ajudou o desenvolvimento, e agora está num grau que deteriora qualquer tentativa de vida do indivíduo. Não devemos deixar os adolescentes e as crianças fora desse assunto, uma vez que sentir medo, não é privilégio dos adultos. A criança, por exemplo, tem o medo ansioso de perder a mãe na primeira e segunda infância, motivo pelo qual a mãe será extremamente desumana quando para castigar o filho, diz bobagens (que não sente), como: não gostar mais dele, deixá-lo em algum lugar estranho caso não se comporte, e outras coisas do gênero. Na idade escolar as crianças desenvolvem medos relacionados a cair no ridículo perante os colegas, ao insucesso escolar, falta de reconhecimento familiar. Sem falar sobre aquilo que não entende ou não pode controlar, como a escuridão, o sobrenatural, a morte e situações desconhecidas. Assustar uma criança no intuito de educa-la pode trazer conseqüências nefastas para a vida dela. Elas também são susceptíveis à síndrome do pânico. Excesso de medo nas crianças provoca vários sintomas como: dores de cabeça, insônia, anorexia, distúrbios gástricos (dores de barriga, diarréia, vômitos), tensão irritabilidade, inquietação, falta de atenção temores irracionais, dificuldade para aprender e fracasso escolar.


Saiba se você tem síndrome do pânico, percebendo suas respostas positivas aos sintomas, a seguir:


  • Prejuízos das atividades diárias por medo de chegar a locais ou conduzir o carro até o destino da atividade.

  • Sentir medo sem um fator externo determinado.

  • Angústia sentida, acompanhada de um batimento cardíaco exagerado.

  • Tontura, vertigem, atordoamento.

  • Tremores, formigamentos em partes do corpo.

  • Taquicardia falta de ar.

  • Sensação que vai morrer a qualquer momento.

Tanto para as crianças quanto para os adultos, recuperar a autoconfiança é a solução, mas quando esse quadro está avançado, será necessários acompanhamento medicamentoso e acompanhamento psicológico. Porém, se estiver no início, podemos utilizar algumas estratégias para, interromper o ciclo do medo e diminuir a ansiedade bem como os demais sintomas. Vejamos algumas dicas:



  • Praticar exercícios físicos, pois liberam substâncias como endorfina, antidepressivo natural, que proporciona sensação de bem- estar.

  • Mudar conceitos e posicionamentos diante dos desafios da vida, pois a forma da pessoa ver e interpretar o mundo é que a leva ao sofrimento.

  • Enfrentar a situação que causa desconforto o quanto antes, pois assim diminui a ansiedade, com maior probabilidade de interromper o ciclo do medo.

  • O medo originalmente necessário à nossa existência poderá vir a ser um poderoso inimigo, e é preciso combatê-lo para poder reconquistar o poder de transformá-lo em energia potencial para a nossa defesa;

Voltando a receber componentes como a serotonina, adrenalina e noradrenalina que são as forças capazes de auxiliar o restabelecimento da vida bem como uma atitude mental mais favorável, proporcionará mais felicidade prazer e saúde.

Vamos convocar o medo a nosso favor! Matéria publicada no jornal dia 10 de junho de 2003

Recent Posts
Archive
Search By Tags
bottom of page