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VIVENDO A MULHER MÃE


No ano de 1908, quando o dia das mães foi comemorado pela primeira vez em uma igreja Norte Americana, tínhamos as mães com um perfil bem diferenciado do que hoje conhecemos. Elas viviam para o lar, dentro do lar, cozinhando no fogão de lenha, respondendo ao sistema patriarcal vigente. Não se interessavam pela leitura e escrita, casavam-se a partir dos 12 anos, e traziam consigo uma aparência mais sofrida e desgastada do que sua idade cronológica deveria lhe dar. Mas carregavam a maternidade como seu bem mais precioso, e, na maioria das vezes, essa era sua fonte única de dever e de satisfação, motivo pelo qual todas as suas energias acabavam canalizadas para esse fim. Tínhamos a mãe "do avental todo sujo de ovo", cantada nos anos cinqüenta.

No seu livro "A mulher do terceiro milênio", Rose Maria Muraro conta que nem sempre foi assim, pois nas sociedades primitivas, as mulheres ocupavam o lugar central e exerciam o papel fundamental da administração social. O homem, sequer sabia que tinha importância na fecundação, pois essa função era atribuída aos deuses.

Hoje, as mulheres mudaram muito, e representam 45% da força de trabalho no Brasil, arcando com dupla jornada de trabalho, lutando por seu reconhecimento profissional, equiparação salarial, e clamando por sua realização pessoal; que para a grande maioria das mulheres significa o exercício da maternidade, quando o desejo de gerar não consegue mais calar. E lá vai a mãe, agregar as suas tarefas o compromisso de fazer brotar, gerar, cuidar, orientar, sustentar de todas as formas o novo ser, seu filho; e as vezes sem a presença do pai, cheia de sacolas na mão, cheia de culpa no coração, levam o filho na creche.

Nós nascemos em estado de extrema dependência e necessitamos da mãe por um período bem longo, maior do que os animais que conhecemos. Por isso, dependemos da aceitação, dedicação, solidariedade, bem como dos valores morais contidos nessa mãe.

Valores e atributos esses, herdados de sua mãe e avó através da observação, que não podem ser passados como os recebeu, os tempos mudam, e não dá para seguir o modelo antigo. E ela passa por situações e circunstâncias na educação dos filhos onde tem que ser muito criativa para conseguir solucionar as questões que surgem a toda hora.

Não sabemos se todas as mães do mundo são boas, mas podemos saber que se estamos aqui agora, é porque alguém, de alguma forma, solidariamente trabalhou, e dedicou-se ao nosso desenvolvimento, propiciando-nos condições favoráveis de proteção e amparo; desde a nossa frágil concepção, até alcançarmos a auto-suficiência.

É ela que passou noites em claro, que agora quer passar suas verdades como se fossem as únicas verdades existentes; que luta para que o filho não saia dos caminhos por onde ela já passou e conhece, pois ficará mais fácil protegê-lo das pedras que estão lá.

E o que dizer quando o filho solicita uma atenção especial, (por ter nascido com algum déficit), daquelas mães abnegadas nas salas de espera dos consultórios; naqueles tratamentos longos (as vezes permanentes), que conseguem vibrar de felicidade por uma pequena aquisição, do filho, mas que é sentida por ela como uma grande vitória?

Dispostas ou cansadas, sorridentes, otimistas, confiantes em Deus, lá vão elas, as mães, quando se trata de fazer algo para seus filhos, mas nem sempre são reconhecidas pelos próprios como pessoas geniais e fundamentais na vida deles. Porém, mais uma vez a mãe tudo desculpa, tem sempre uma explicação plausível para defender sua "cria".

Por tudo isso receba nossa admiração!

Toda mulher que de alguma forma, em algum momento exerce o papel essencial, fé em Nossa Senhora e que Deus lhe dê força. MÃE, parabéns Um Beijão.


Matéria publicada no jornal dia 10 de maio de 2003

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