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ESTRESSE E DESÂNIMO - QUANDO PARECE QUE NÃO VALE MAIS A PENA VIVER


"Eu me sinto muito cansado, parece que tenho um saco cheio de pedras dependurado nas costas, meus familiares não são gratos a mim, não recebo carinho de ninguém, parece que tudo o que faço dá errado, sei lá... para mim a vida perdeu o colorido, não tem sentido... cansei. Cansei da vida". Nosso personagem está se referindo a um cansaço de forma abstraia; notamos que não há um objeto exato, não é algo que possamos creditar a uma situação específica a sensação de esgotamento. Ele fala difusamente de forças que o minam, mas que desconhece. Para entendermos melhor o que é esse "cansaço de viver", precisamos refletir sobre hermenêutica, isto é, a idéia de que o indivíduo, percebe a realidade através de uma técnica própria "recria a realidade e participa da sua construção" É como se ele lesse um "texto" e o interpretasse à sua maneira. Então podemos dizer que o real não existe verdadeiramente sem uma interpretação, e essa interpretação tem a ver com as concepções mentais ou psíquicas, inerentes a cada um de nós. Nietzsche diz que: “Toda verdade é sinuosa. Os traçados da vida, portanto, nunca são princípios ou ideais válidos para todos, mas pontos de vista e posições de validade efêmera" Por isso torna-se tão fácil "dar palpite na vida dos outros", com nossa interpretação sempre "simplória" quando se trata do outro, e sempre tão complicada quando o assunto é conosco. Ah, eu faria muito diferente... Mas outros falam o mesmo sobre nossos problemas, não é? Então veja que a vida é o que eu interpreto que ela seja, e define assim o que eu sou, o que faço, a situação em que me encontro e o perímetro humano e cultural que me rodeia. Portanto nosso personagem refere-se à bagunça ou caos que essa forma de interpretar acabou provocando na sua vida, pois o foco usado não reproduziu uma realidade pessoal saudável. Há muitos exemplos de focos distorcidos que estão espalhados entre nós, querem ver? “Idéias de que conseguiremos mudar os outros nos fazem conviver uma vida inteira com pessoas e situações insuportáveis; ou a idéia de•que alguém tem obrigações de nos ajudar por•ter mais, ou que as pessoas que se saem bem na vida só tiveram sorte; ou que ser bom é dizer sim a tudo, ou ainda, a idéia de que ser coitado na vida, vítima é bom, pois dá muito “ibope"; e você faça uma pausa na leitura para pensar em seus focos acrescentando-os na lista . A grande diferença do cansaço de viver para os demais consiste no fato do indivíduo não poder livrar-se dele. Não será uma noite de bom sono, ou um período de férias, o desligamento da empresa, a separação da esposa, que o capacitará a relaxar, sentindo-se mais feliz e desejoso de viver. Faz-se necessário saber a que tipo de vida a pessoa está se referindo, e onde estão as distorções na sua interpretação que a fazem depositar expectativas fantasiosas sobre a vida e que é claro, não acontecerá, mas o deixarão completamente decepcionado com o entorno de si, sem pistas reais para perseguir seus objetivos, cansado de tudo dar errado, ou seja, cansado com o viver.

O que fazer? Nosso personagem, assim como você, vai ter que SE LEVAR A SÉRIO, percebendo que todas essas reações revelam o caminho que está sendo seguido, e que esse caminho, se está ruim É FALSO. É necessário agir, adquirindo outros símbolos, outros focos, para dar e receber outras respostas, novas respostas, mais saudáveis, isto é mais próximas da realidade.Lembrar que o derrotismo nos impede de ver as situações positivas que nos cercam, e o pior, nos faz cometer erros de planejamento futuro. Ouça o apelo interno que lhe diz: "inicia um novo caminho!" Você é o fruto de suas escolhas, ajuste seu foco que isso é sério! Matéria publicada no jornal dia 10 de maio de 2004

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