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RELACIONAMENTO AFETIVO- REVENDO A RELAÇÃO CONJUGAL


O desejo de ser amado, acima de qualquer atitude que se possa ter, acaba fazendo com que um dos cônjuges (ou ambos) comece a "exigir" esse amor sem fazer nenhum tipo de esforço para renovar o afeto entre eles, e sem mudar algumas atitudes e comportamentos que desagradam ao outro. O outro, sentindo as pressões desse desejo, acaba por "re-agir", e o embate está travado, com os dois se desentendendo constantemente. Alguém tem que ser culpado, então a culpa surge de duas formas na relação. Cada um culpando-se severamente por querer atingir a perfeição em todos os aspectos para ser mais amado, e não conseguir (beleza, inteligência, paternidade, sensatez, etc.); e culpando ao outro com a mesma severidade por seus erros e equívocos. Se há culpados, então haverá punições e desaforos, como se esse fosse o caminho suficiente para evitar o surgimento de novas situações conflituosas. Esses desafetos vão proporcionando as alterações de humor, os descontroles da emoção, os juizes críticos apontando o dedo para o outro, promovendo a desordem emocional no meio desse casal. "Seus pais não são mais sua família"..., "Sua Maria-banana"..., " Seu déspota"..., "Eu não permito que"... "porque você é uma pessoa x"... "Esse seu filho"... e outros. Boa parte desse casamento terá sua energia direcionada só para a tentativa de um querer mudar o outro na força. Mas, broncas e discussões irracionais é que levam à deterioração lenta e gradativa da união e do amor entre os casais. As pessoas só mudam se quiserem e tiverem algum motivo para isso, e jamais alguém mudará quando o estímulo oferecido para tal é o sentimento de frustração e raiva do outro em relação a ela. E ninguém sentindo -se frustrado e com raiva conseguirá apontar caminhos que julga serem melhores ao outro, além de não merecer a mínima credibilidade por parte dessa pessoa. Se no seu casamento existe uma situação parecida instalada, aí vai uma dica para os dois. Procure deixar de lado seu egocentrismo, e saiba que a outra pessoa, desde que não esteja interferindo nos princípios éticos, morais e religiosos que direcionam a união, tem o direito de ser o que é, mesmo que você não concorde com isso. E pode ser que o erro esteja em você, na sua intolerância ou inflexibilidade. Aquele que conseguir entender essa situação, sem dúvida, é o que está menos perturbado, e através da tolerância perceberá que o outro não vê a realidade que ele vê. Com bom senso, sem ofensas, encontrará um caminho alternativo para resolver o caso. Sozinho, ou com ajuda externa. Mesmo que seu caso seja "crônico", a situação só se complicará muito, quando uma das partes já não encontra mais compensação na manutenção do relacionamento. Lembrando que essa confusão se instala porque as pessoas querem ser amadas, mas não fazem nada para isso acontecer, a saída é fazer, é mudar de atitude, direcionando sua energia na tentativa do entendimento comum.

Matéria publicada no jornal dia 10 de fevereiro de 2004

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