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MUDANDO A ATITUDE


Algumas pessoas não gostam das festas de final de ano. Alegam que o Natal ficou triste por que perderam pessoas queridas, ano novo é tudo de velho, e que gostariam de dormir e acordar só depois das festas.A questão intrínseca para essas pessoas é: “Não dá para ser feliz, eu não consigo, não sei ser feliz com essa desgraça que aconteceu na minha vida”. Podemos entender um pouco o que acomete essas pessoas, se lembrarmos que é grande a incidência do aumento da depressão, e do número de suicídios que ocorrem perto dessas datas. O vazio que a ausência causa é insuportável para muitos. Vamos tentar ajudar essa gente neste final de ano? Para iniciar nossa prosa fui procurar apoio em Bach, numa citação: “Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que sabe. Ensinar é mostrar ao outro que ele já sabe”. Vamos perceber juntos então o fato de que você já sabe como ajudar e ajudar-se; precisa mudar, e que esse assunto aqui, já existe dentro de você. Sabemos que quanto mais motivação para viver, mais condições para lutar por ela temos; e quanto menos motivação para viver menos vida temos. A depressão gosta da falta de motivação fazendo a pessoa viver menos e, se limitamos nossa vida, não importam quais as causas que nos levaram a faze-lo, somos os responsáveis diretos por essa escolha, e só a nós cabe reverter esse processo. Mas alguém poderá estar pensando que seu problema é muito grande, insolúvel, e além de não tê-lo escolhido, não lhe sai da cabeça. Para entender melhor como funcionamos e porque as coisas não saem da nossa cabeça, usaremos como exemplo, a morte de alguém. Meu primo morreu lá na China, e recebi a notícia dois dias depois do acontecido. Ao receber a notícia, fiquei muito triste, chorei e ainda estou. Mas perceba, eu fiquei triste a partir do momento em que recebi a notícia, antes eu não sabia, não sentia, fui ao cinema, dei risadas, cantei... Então, estar com a consciência ligada ao fato o tempo todo é que me fará sentir sua morte. Conecto-me nessa notícia, e por conta disso, eu desprezo todo o meu entorno, esqueço parentes, amigos porque não retorno a minha consciência para eles. Estou aqui, mas desconecto-me do que me rodeia, para me ligar num fato: o de lembrar daquele que morreu e que não está mais aqui. Isso é muito comum de se ver por exemplo,quando uma mãe perde um de seus filhos: -“Só a presença dele poderia dar-me alegria neste Natal, nada mais, os outros filhos não preenchem a falta que ele me faz...”. Isso está acontecendo porque tudo o mais da vida dessa mãe foi apagado na hora da notícia e depois não retornou à consciência. Dá para entender o vazio? Ela está mesmo só, solta no ar, sem nenhum outro vínculo. E nem percebe o que faz consigo e com os demais. Além de ser uma desconsideração com os outros familiares vivos, está principalmente desconsiderando o Aniversariante. Não se alegra na comemoração do Nascimento de Jesus, porque a morte do seu filho é maior que isso. “Mas eu choro por um filho, meu querido!” Parece que só seu filho é especial, mas todo filho é muito especial aos olhos da mãe Somos egoístas e partimos sempre do princípio daquilo que é melhor para nós, e choramos de pena de nós mesmos, porque perdemos. E ninguém quer perder nada. Então você resolve matar dentro do seu coração o esposo e os outros filhos, , amigos, ignorar o sentido da comemoração porque um deles não está onde você queria? Mas não é você que determina, não tem esse poder, e viver no inconformismo é fazer mais um problema. Não há ninguém que não tenha problemas. As situações acontecem, mas o que fazer com elas é opção nossa, somos os responsáveis. E a melhor opção, sem dúvida, é não adoecer, ou aos outros, com os fatos da realidade. Você sabe que para não adoecer é preciso aliviar as tensões, diminuir o estresse e aprender a manter o bom humor, não é? Então é preciso mudar o foco. Começar a pensar em outras situações. Nesses casos, é necessário lembrar-se de algo alegre e perceber que se há muitas razões para viver, não há razão alguma para morrer. Superar-se, isto é, ir além do que esse fato representou na sua vida é uma decisão , incluindo um ato de coragem.. Particularmente, quando meu dia está cinzento, costumo lembrar de algo bom, um conto divertido, um final de historia feliz, uma palavra carinhosa ou as travessuras de uma criança. Somos “experts” em criar problemas que as vezes não existem, e na realidade nossa inteligência só tem sentido quando a usamos para resolver os problemas. Todo problema se caracteriza por ter uma ou mais soluções.Há situações em que os problemas já foram solucionados. Perder um filho, por exemplo, não é um problema, não há solução, é um fato que já aconteceu, é sem retorno. Mas há muitos filhos por aí, seus ou de outros, necessitando algo ou uma palavra confortante, e isso sim, você pode resolver se quiser. Aceitar os fatos que não podemos mudar é uma atitude de sobriedade e sabedoria, mostre isso para as pessoas. E comece a treinar agora, pense em algo bom e mude o foco para festejar o nascimento do maior Filho, maior Pai, e maior Amigo da humanidade. Receba e viva com alegria, os mais sinceros votos do pessoal do jornal, de um Santo e Feliz Natal, bem como um ano melhor. Até fevereiro. Matéria publicada no jornal dia 10 de dezembro de 2006

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