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COMPORTAMENTO - UMA GRANDE MÁGOA A TRANSPOR


Querido leitor, eu quero trazer neste mês para a sua apreciação, uma carta que recebi de uma amiga, onde ela relata muito claramente, sua reflexão em relação ao processo todo que envolve elaborar uma grande mágoa. É muito interessante ler algo vivido na própria experiência da dor, livre de estudos técnicos ou outros quaisquer. Se neste caso houve uma ajuda externa de profissional da área, podemos pensar também que, com inteligência, desejo forte e fé, vencemos os entraves que pertencem à nossa história, por maiores ou piores que sejam. Nós evoluímos como pessoas, pois essa emoção deixa de atrapalhar nossa compreensão da vida, melhorando nosso desempenho em todos os segmentos. Podemos perceber que não é fácil, mas é possível. Vejamos o texto:

“Muitas vezes sentimos a necessidade de perdoar e de ser perdoado, mas incrivelmente não entendemos como isto parece exigir tanto esforço da gente, quando esperamos apenas que o outro nos compreenda. A dificuldade vem exatamente de não atentarmos ao fato de o quanto o outro também espera que o compreendamos. E neste jogo de falta de comunicação e humildade cada um vai para o canto, provocando desdobramentos outros que só levam a intermináveis mal-entendidos, principalmente em se tratando de pessoas tão caras para nós, com as quais temos que conviver, ou seja, nossa família”. Em oração pedimos a Deus: “perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos nossos inimigos”, mas... relevar as faltas dos amigos parece bem mais fácil, e mesmo assim gastamos algum tempo para fazer isso. Por que nos parece difícil perdoar aos nossos inimigos? Por que na oração pedimos isso? Bem, penso que perdoa-los é reconhecer em nós mesmos a humanidade, e o quanto somos passíveis de erro também. Não quero dizer em abraçar ou ignorar a falha alheia, e nem acreditar que seu ato seja uma coisa boa ou correta. É importante reconhecermos os atos que nos fazem sentir mal, nos prejudicam, e que não queremos adotar para nossa vida! E o perdão passa por este entendimento. Vejamos isto como uma oportunidade de aprendizado. E neste sentido, isto se torna um ganho na nossa vida! No entanto, não devemos confundir o ato com a pessoa que o pratica. Diante de nós está um ser que comete erros tanto quanto nós. Os motivos podem ser vários: por ignorância, autodefesa, ou até mesmo por uma leve maldade. Não compete a nós julgarmos os motivos dos outros. Cabe aí uma reflexão dele, mas nunca estaremos na mente do outro. Saber perdoar é ser humilde, é não julgar, é saber o que se pode tirar de aprendizado daquela situação, reconhecer a humanidade nossa e do outro, e desejar que um dia ele possa por si mesmo despertar para o quanto sua atitude não é boa, e esperar que evolua nesta questão. Agora, quando se trata de autoperdão parece que o esforço é ainda maior, pois é comum cobrarmos de nós mesmos mais do que a qualquer um. A nossa tolerância conosco, neste sentido, parece ser bem menor. Se não aceitarmos um erro cometido por falta de conhecimento, como poderemos aprender? Como poderemos crescer? Alem disso, o perdoar o outro passa também pelo processo de autoperdão. Como podemos verdadeiramente conceder ao outro aquilo que não sabemos dar a nós mesmos? É também reconhecer em nós a nossa condição humana e procurar a cada dia nossa melhora para produzir um mundo mais harmônico.” Elissandra da Mata - Jornalista - e mail elisdamata@gmail.com Matéria publicada no jornal dia 10 de novembro de 2007

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