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COMPORTAMENTO - VOLUNTARIADO, UM ATO HERÓICO


Ser e viver igreja é doar-se em alguma pastoral, ou atividade dentro de ONG, instituições humanitárias, e geralmente gratuitas. Mas a gente percebe que não é uma atividade tão simples de ser executada. Vamos pensar juntos. Por que você quer ser voluntário? No jornal de número seis escrevemos sobre o ato voluntário como um ato heróico, pois se trata de um dar sem esperar um receber. Ao mesmo tempo em que é um serviço de autoridade, precisa ser contrário à necessidade que o indivíduo tem de imaginar-se superior; ou à necessidade de dominar outros ou situações. Foi dito também que o voluntário deve renunciar ao próprio prazer em receber algo na troca, e a frase de cabeceira deveria ser – “Dou para que sejas feliz e abro mão do que me darias em troca, para eu ser feliz – pois é exatamente nisso que consiste a minha felicidade, em dar-te”. Acontece essa opção sempre que espontaneamente estamos querendo fazer parte de algo por nos parecer uma proposta interessante, ou humana, enfim, algo que nos gratifique na intenção, não nos frutos colhidos. É muito interessante a seleção para voluntariado no grupo dos Contadores de Histórias para Crianças institucionalizadas, em hospitais. A grande pergunta é: Por que você quer ser um contador de histórias? Conheci uma pessoa que comentou nessa entrevista ter a profissão de pedagoga, entender sobre o processo de desenvolvimento e se achar apta. Foi reprovada, não servia para a atividade. Outra pessoa disse que gostava muito de crianças e que queria fazer algo por elas. Também não foi aprovada. Na verdade essas pessoas transmitiram um ar de arrogância ao acreditarem que podem ajudar, fazer por outros, e através de competência, conhecimento, alterar o outro como se elas fossem dotadas de poderes divinos, onde a criatura ajudada será um eterno devedor. O certo é que em todo voluntariado, o doador sai muito mais preenchido do que o recebedor. Todos precisam, não há subjugados no processo. Se não for esse pensamento, não vai dar certo. As pessoas no intuito de ajudar querem modificar tudo, acreditando que são imprescindíveis e que nada funcionava bem antes delas. Então querem jogar na lata de lixo experiências e administrações anteriores, o que causará confronto de poder e disputa, bem como o sentimento de insegurança aos receptores da doação. Essa atitude é muito comum em vários segmentos da vida, não só no voluntariado. Numa escola, por exemplo, o novo diretor poderá ignorar toda a cultura anterior, mesmo tendo muita coisa boa. No artigo anterior comentei também que o auto-sacrifício só acontece para pessoas capazes de dominarem a própria vontade, e precisa ser movida por uma instância que está acima da individualidade dela. O exercício é de autoridade sobre si mesma e não sobre os outros. Então, precisamos fazer aquilo que nos for pedido e sem reclamações, para gerar o ambiente de paz, confiança e alegria entre os membros, todos servidores, cada um com suas qualidades e dificuldades. Afinal, você escolheu estar nessa situação, onde são todos iguais. Bem, a pergunta agora é:” Por que você quer ser voluntário?” Não sei da sua intenção, mas nos contadores de história do exemplo, não adianta títulos e sapiências, nem idade, ou poder hierárquico, pois a única resposta é: “Porque eu gosto muito de contar histórias”. Repense seu voluntariado pensando na sua necessidade. É assim, para olhar o outro fora de você, precisa antes olhar para dentro de você. Para fazer feliz e ser feliz, qual é a sua verdadeira resposta? Leia o Artigo - Ser voluntário, um ato heróico. Matéria publicada no jornal dia 10 de março de 2008

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