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DISTÚRBIOS DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR - PREOCUPAÇÕES COM O CORPO?


É verão, a estação onde obrigatoriamente as pessoas precisam correr atrás de uma boa forma física. Antes só as mulheres, agora também atingindo os homens, parecer saudável é parecer magro e musculoso, com formas definidas. As “gordurinhas” são consideradas descaso com o corpo. Vivemos a era do magro, mas o bastante magro, ser normal não basta. E percebemos que são padrões difíceis de se perseguir; se a população mundial vem aumentando o peso e adquirindo maus hábitos alimentares a cada dia, também vem pesquisando melhor os alimentos,o que dá consciência e qualidade nas escolhas dos mesmos, causando uma contradição. Se a pergunta for: Por que engordamos? O leitor deve responder que é porque comemos, pois nos campos de concentração onde a fome é uma constante, a obesidade inexiste. Acertou, é porque comemos, e alguns organismos aproveitam mais o que comem do que outros. Mas algumas pessoas também comem mais do que outras e não engordam, e do mesmo modo, quem come pouco, engorda. Parece que há diferentes tempos para a saciação da fome, porém essa ordem é fundamental e vem do cérebro. - “E quem quer emagrecer, por mais que prometa a si mesmo que na segunda feira será diferente, toda quarta feira é sempre igual, a dieta foi quebrada. É algo mais forte do que o desejo da pessoa?”. - “Sim, para ser obesa, a pessoa necessita de um comportamento compulsivo que a leve a repetir a mesma ação quase involuntariamente.” - “Mas, isso acontece assim, do nada?” - “Não, pois existe um poder constantemente reagindo aos seus pensamentos e as suas palavras. Poder que você dá à sua mente, através dos pensamentos que você escolhe Nesta altura você está se perguntando por que alguém escolhe ser obeso, não é?”. Pois bem, foi sem querer, foi uma compensação, faltava algo, e a comida serviu como um substituto, uma salvação temporária – um mecanismo para se defender. Na verdade substituiu uma necessidade não vivenciada de amor e satisfação, de busca de dedicação, e proteção.”“. - “Ah, então é como se fosse a necessidade de um preenchimento causado por uma ausência?” Perguntará o leitor - “Sim, só que é um preenchimento num lugar equivocado,no externo, no organismo, quando na verdade a falta é interna, tem a ver com sentimentos, emoções. Forma-se então uma camada externa espessa e protetora. Quer proteger contra o entorno da pessoa que é ameaçador e hostil (ambiente familiar, e social do indivíduo), que não lhe trouxe o amor esperado devido, e isola a pessoa num castelo próprio e impenetrável, que é a gordura. Seu EU permanece assim bem escondido, e para não sofrer nada entra, perdendo o lado bom das relações, e nada sai, ela não pode dar seu melhor.. Então até sua sexualidade fica afundada na sua fofura. Aqui a pessoa está regredida, como se fosse um bebê simpático”. Podemos falar em alguém que socialmente acredita não ter muito peso, inclusive para si mesmo. Geralmente ao subir numa balança, também não acreditará nos registros, sentirá muita raiva e a tendência é a fuga.. Aliás, foge das várias realidades,não só dessa.” - “E as cirurgias de redução de estômago, funcionam?”. - “Bem, o princípio da obesidade é o mesmo de uma droga psicoativa minando a vida de um indivíduo viciado nela, e como tal, sem acompanhamento psicológico, não cura, transfere o sintoma.. No início dos tratamentos de obesidade pela cirurgia, bastava um laudo fornecido por psiquiatra ou psicólogo, dizendo que a pessoa não era portadora de distúrbio psicológico tido como grave. Agora as coisas estão diferentes, por lei há a necessidade de acompanhamento psicológico antes da intervenção. Recentes reportagens na revista Viver Cérebro e Mente, denunciam o fato de um número alto de pessoas que passaram por essa cirurgia, desenvolverem o alcoolismo, inclusive o mesmo está ocorrendo com as crianças. A bebida produz um efeito de satisfação aparente e fuga da realidade. Há também casos de depressão profunda, e foi noticiado nos jornais de dezembro de 2007, que uma pessoa que fez a cirurgia no Estado do Rio de Janeiro, estava em profunda depressão por não poder comer, e na sessão, ao discutir”. com”. seu psicoterapeuta”, sacou de uma arma e o matou. Isso mostra bem porque a terapia necessita ser iniciada bem antes do processo cirúrgico. Se de um lado só engorda quem come, por outro lado, cada um come para se defender de questões íntimas e particulares, diferentes. - “O que não funciona?” - “É você falar para a pessoa que ela está comendo demais, o tempo todo. Ela está se defendendo e vai se defender mais e mais, como? Comendo...”. O momento adequado para brigar com a balança precisa estar instalado, e a pessoa necessitará antes arranjar para si prazeres que não os da comida. Precisará descobrir que a obesidade a salvou em determinado momento da vida, mas agora ela pode defender-se criando outros mecanismos, tais como: ter uma língua afiada para responder sempre que necessário, aprender a vencer as dificuldades inerentes ao viver, estar aberta para mudar comportamentos, aceitar seu próprio papel sexual. Ela precisará sentir-se uma pessoa de peso ganhando peso na alma, na auto-estima. Assim estará pronta para perder o peso do corpo, porque não precisa mais dele. Então a cirurgia será sucesso. Para ver, querido leitor, que se você está preocupado com seu visual um pouco “inchadinho”, é melhor começar por um outro caminho, caso contrário, você só fará aquele tradicional movimento da sanfona, onde perde uns quilinhos, mas depois, sempre ganha tudo de novo. Tem de malhar, sim, mas não deixe de usar os aparelhos da “academia da mente” também! Matéria publicada no jornal dia 10 de fevereiro de 2008

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