top of page

PSICOLOGIA E RELIGIÃO - UM NATAL PARA TODOS


É interessante fazermos uma reflexão sobre o aumento do número de pessoas que buscam a igreja nessa época de Natal.E se pararmos para observar as “faces novas” que entram pelo portal em ato de seriedade, respeito, percebe-se que são pessoas as vezes que não tem internalizado os nossos gestos litúrgicos, talves não saibam cantar as canções recentes, mas que se colocam de tal forma contritos, que nos perguntamos por que essa pessoa de fé não é um freqüentador assíduo da igreja. Ganhei recentemente um livro de presente cujo autor, Ricardo Agreste é um teólogo, e aborda pontos interessantes sobre nós, os leigos. Diz ele que a igreja atualmente está refém da cultura de consumo, e que as pessoas esperam uma religião que as sirva. Isso se deve ao fato de que a mídia televisiva é tão poderosa a ponto de manipular e ditar opiniões a serem seguidas. Nesse contexto fazemos exigências desnecessárias, que seriam “serviços prestados” que agradam ou não. Nisso se inclui a simpatia do dirigente do grupo A, o número de filmes exibidos pelas catequistas aos domingos, a decoração da igreja na missa, e outros itens que dizem respeito a seres humanos, e seus objetos. Se não estiver em acordo com o desejo do fiel... E que um outro fator desencadeante de afastamento é o que diz respeito a rejeição que as pessoas possuem por conta da imagem de alguns de seus líderes. E refere-se às religiões em geral e aos constantes escândalos noticiados nos jornais. A impressão que temos é que, em outras palavras, algumas pessoas resolvem afastar-se das religiões por conta da “humanidade” encontrada dentro delas. Sabemos que a igreja é formada por “pessoas” tanto na hierarquia clerical como os seguidores. O interessante é que nesse momento, essas pessoas que deserdam a religião, estão se colocando num patamar acima dos humanos, como se para que elas sigam a religião, a necessidade é da perfeição total, de seus líderes e dos seguidores. Com isso temos aqui um pensamento prepotente que por si só já deixa cair por terra a santidade da pessoa desertora. Penso então que na verdade, toda comunidade tem uma proposta: a de reunir-se num grupo com a finalidade de crescimento, evolução, melhoria das suas questões mais regredidas, É que esses sentimentos menos nobres, nós gostaríamos que ficassem ocultos, mas sem nos incomodar, isto é, elaborados. Todos querem muito fazer o bem, mas essa é a grande e verdadeira busca, aprender e conseguir incorporar com propriedade e para sempre o tanto que há de bom nos ensinamentos cristãos, em especial no catolicismo. Se por um lado, na nossa atuação diária podemos encontrar indícios da nossa imagem e semelhança com Deus, de outro lado, podemos perceber o quanto ainda nós estamos longe da perfeição Que homem é o homem que não faz de seu mundo, um mundo melhor? Faz-se necessário reconhecermos também a nossa humanidade, a nossa impotência. Sem buscar uma igreja da satisfação, bela e grandiosa, que satisfaça o desejo consumista, mas que nos proporcione a oportunidade do crescimento tanto da fé como de pessoas compreensivas e sábias. Podemos sentir na noite de Natal, que é tão especial, a igreja como um todo, para que o maior número de pessoas participantes possam ouvir e se escutar, ver e enxergar deixando para trás a imagem de igreja de consumo. A igreja humana é a igreja perfeita, ao enfatizar a cada ano, a comemoração do nascimento e renascimento do Deus Homem Perfeito. Bom Natal, até fevereiro. Matéria publicada no jornal dia 10 de dezembro de 2007

Recent Posts
Archive
Search By Tags
bottom of page