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PSICOLOGIA ( SUICÍDIO, DEPRESSÃO E PASSAGEM)


Querido leitor, vamos refletir nesse mês um assunto delicado, real, mas brutal. Vamos acompanhar alguns trechos de um artigo escrito por Sidarta Ribeiro, neurobiólogo com Ph.D e pós doutorando, na sua coluna na revista Mente e Cérebro (número195) “...Por tristeza, vergonha, dor, ódio, culpa ou ansiedade,a cada ano, um milhão de pessoas em todo o planeta tiram voluntariamente a própria vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número anual de tentativas fracassadas de suicídio, chegue a dez milhões. ...Morre mais gente por suicídio do que nas guerras. Uns porque almejam o paraíso pós-morte e outros porque não suportam o inferno da vida. Na maior parte dos casos, por uma angústia insuportável de existir. O que há de errado conosco? Se nascemos e morremos sós, nada lembramos do parto, pois nessa hora a consciência está em fase de formação. Entretanto, na porta de saída, temos encontro marcado com a suprema solidão. Quando partimos rumo ao desconhecido, esperar uma vida nova causa menos ansiedade do que encarar o vazio de frente. Com ou sem expectativa de continuação, o temor da morte é o maior de todos os medos. Por isso, mesmo no sofrimento mais atroz, grande parte das pessoas se agarra a vida com unhas e dentes. O que faz o suicida é o sofrimento psíquico. No momento derradeiro, prestes a cometer o ato, pior do que estar sozinho é não ter nem a si mesmo por perto. O suicídio é uma opção e o tratamento também....Atualmente, os antidepressivos se baseiam no aumento direto ou indireto dos níveis de neurotransmissores como a serotonina. Eficaz no início, a terapia farmacológica freqüentemente esbarra no problema da tolerância. Doses cada vez maiores podem ser necessárias para manter um estado que não chega a ser de felicidade, mas de conformação. Nos quadros de extrema depressão, por vezes apenas a eletroconvulsoterapia consegue retirar o paciente do mundo em que tudo é triste doloroso e frustrante. Mas existe outro caminho, difícil e precioso que precisa ser trilhado bem antes do precipício. Com disciplina e coragem, voltar-se para dentro. Nutrir a mente integrada ao corpo, enraizar-se no real, mergulhar no infinito íntimo e celebrar o mistério último. Cantar, dançar, meditar e criar. Sem pressa de chegar, sorver a emoção de viajar. Acompanhar-se integralmente na passagem, na presença completa de si”

A maioria das pessoas que chegam ao suicídio, não trataram sua depressão, porque não sabem que estão doentes, e a família, também não sabe. São pessoas que costumam dispensar ajuda, e a dor de existir fica tão intensa que não conseguem sair de casa para um consultório. É uma das doenças que leva ao óbito. Sobre depressão, leia-se mais no exemplar passado do jornal Fátima Comunidade em Ação de número 14, complementando o texto acima com mais detalhes sobre os sintomas e sentimentos de um depressivo. Naquela oportunidade, dizíamos que quando no início, a depressão pode ser combatida nos grupos de oração da nossa igreja. Mas nada foi referido ao último estágio da doença, quando nada resolveu e culmina com a passagem solitária do indivíduo. Agora o assunto está mais completo. É necessário saber para entender. É necessário entender para ajudar. É necessário ajudar para que o outro sobreviva.

Matéria Publicada no jornal dia 10 de agosto de 2009

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