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VERDADES SOBRE A MENTIRA


-“ Se for André, diga que não estou!” Exclamou Mariana, ao pensar em seu namorado.. Bem, essa deve ser uma das mentiras mais usuais da grande maioria das pessoas. Dizer que não está é no mínimo a mais fácil das mentiras. Mas temos muitas mentiras nas quais inclusive até acreditamos, e muitas que gostamos de usar, porém, nesta edição, vamos falar em especial daquela mentira capaz de desembaraçar uma situação, e que nem nos damos conta de que mentimos. Há quatro anos atrás, surgiu uma reportagem na revista Viver Psicologia, que infelizmente não possuo, porém, lembro bem, dizia que não conseguimos ficar sem mentir. Aumentamos os fatos mais interessantes, conscientes de que assim nos trarão mais benefícios, omitimos fatos que consideramos denegrirem nossa imagem, e minimizamos os fatos que se não puderam ser omitidos, e por não os considerarmos dignos, acabamos colocando uma boa parcela de culpa em outro objeto, desviando assim o foco para outras pessoas. E nessa reportagem lembro que dizia, os homens, por pressões sociais e trabalhistas, mentem mais do que as mulheres. E que em toda conversa social terá uma ou mais mentiras.(Penso que isso talvez explique porque todo homem sempre namora a moça mais bonita, e pesca o maior peixe, não é?). A situação da mentira se exacerba quando falamos em adolescência. Nossa como eles utilizam esse recurso! Isso não isenta os adultos da mesma façanha, inclusive adultos ensinando os filhos a utilizarem a mentira para se saírem bem na escola, e outros lugares. Como podemos perceber, a mentira nada mais é do que uma sacada inteligente de se safar de possível situação incômoda. É uma forma de resolver problemas, característica primordial, fundamental, maior, do homo sapiens sapiens. -“ Bem, se eu estou em encrenca, penso em algo que seja aceitável como desculpa e com isso resolvo meu problema”. Se eu quero sair com minhas amigas e sei que meu pai não vai deixar, então eu digo que vou estudar na casa de alguém, e depois saio de lá para a balada....” Palavras de Mariana. Será que Mariana resolve mesmo o problema? Mas antes dessa resposta, qual é o verdadeiro problema? Podemos perceber que existem duas (ou mais) pessoas despreparadas para ouvir uma verdade, sempre que uma mentira se fizer presente. No caso do nosso exemplo, os pais de Mariana não deixam claro para ela, o porque dessa restrição. Talvez não fique claro nem para eles por não ser uma atitude baseada em sobriedade, reais valores e nos quais acreditem. Ela sabe que poderia sair e por falta de um entendimento maior por parte deles, não o permitem, provocando um comportamento rebelde na filha. Na rebeldia, ela utilizará seus recursos inteligentes como defesa, e a seu favor, porém, não significa que a saída que encontrou seja o melhor para ela. Por exemplo, Mariana está com dificuldade para argumentar com seus pais sobre suas necessidades, e que seu caráter a fará ter um comportamento adequado mediante a situação, e que seus pais deram a ela, sim, uma educação firme que a fez segura. Mas ela não fala porque também não sabe sobre si. Os pais a colocam como inconseqüente e ela acaba duvidando da sua retidão de caráter. Ela acaba por duvidar se sua escolha está sendo ou não adequada, e por isso não tem coragem de assumir essa conduta. Então a oculta. Na verdade mentir não faz bem ao que mente porque ele está com alguma pendência a ser resolvida e ao mentir só faz afastar cada vez mais o conhecimento sobre a questão. A sensação ao mentir é a de que o problema foi resolvido, porém só foi contornado temporariamente. Ambas as partes deverão entrar num entendimento através do diálogo não violento. Um diálogo amoroso onde não haja um vencedor, mas que os dois lados ganhem na experiência de convivência verdadeira, honesta. Se há um mentiroso, há também alguém lhe produzindo uma insegurança e um medo de perda de afeto, prestígio ou direitos. Não critique uma mentira, mas sente-se com o autor dela para rever-se também.


Matéria publicada no jornal dia 10 de novembro de 2009

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