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RELACIONAR-SE É IMPRESCINDÍVEL

-“

Ele puxou meu cabelo! Mãe, ele puxou meu cabelo”!!! “-Mas, o que você fez antes a ele?” -“Nada, nada, ele é que é um chato...” Essa cena é muito comum, acho que você já a viveu em algum momento da sua história, mas por que ela se repete constantemente? É porque conviver é difícil. Nós estamos sempre procurando relacionamentos onde o amor é incondicional. Então, meus conviveres devem me amar e não necessitam de outros, de coisas, e as vezes temos ciúmes até do tempo que gastam no trabalho. Queremos que as pessoa com as quais nos relacionamos sejam ilimitadas na bondade, nunca digam não, queremos que sejam bonitas, perfeitas, nunca errem, e que estejam prontas a satisfazer nossos desejos. Mas, vamos parar para refletir que caos seria o mundo se os indivíduos nunca passassem por uma contrariedade, e não aprendessem a lidar com algumas angústias indispensáveis e cruciais como a morte, a frustração e a conscientização de que precisamos do outro. O desenvolvimento psíquico ocorre pela elaboração de experiências emocionais desde o nosso nascimento. Do contato com a mãe, estende-se para o meio familiar e social. O maior objetivo do ser humano é crescer para ser autônomo, e assim, buscar a satisfação de seus próprios desejos. E como o entorno tem seus afazeres, desejos distintos dos dele, limitações e crenças daquilo que é bom ou não, esse entorno funciona como um contra ponto para seus desejos. E a cada momento da vida a pessoa experimenta e atualiza angustiada as suas frustrações. Para lidar com isso, a mente fornecerá um sentido afetivo à essas experiências bem como para a sua vida, por meio de simbolização. Em outras palavras quero dizer que a frustração, a dor, são condições necessárias para o desenvolvimento, pois se houvesse desaparecimento da discriminação eu-outro, e nossos diferentes desejos, haveria ausência de sentimento, a mente passaria a reagir sem possibilitar a repercussão dos estímulos na área emocional. A pessoa se empobreceria enquanto ser humano e se desumanizaria por não enfrentar a verdadeira experiência humana. Estaria colocada num vazio que se perpetuaria e se alimentaria, trazendo dois sentimentos péssimos à saúde psíquica, que são a solidão e o isolamento. Tem uma outra maneira, aparentemente mais fácil de lidar com sentimentos dolorosos, por exemplo, alienando-se e imaginando o” paraíso”, onde pensar e refletir são desnecessários, através de álcool, drogas químicas, ou rompimento com a realidade. (esquizofrenias). Mas nem preciso adentrar nesse assunto para você entender que é só aparentemente fácil, certo? Muita gente cresce acreditando que a vida é um poço de satisfações de desejos e quando não os têm, acreditam que as pessoas são más e que ela é vítima de um contexto isolado. Mas são pessoas com fragilidade no seu EU, e não percebem que é assim para todo mundo. Acreditando-se vítimas, passam a vida chorosas e derrotadas. Mas essas pessoas precisam mudar o foco e perceber que viver é ter relacionamentos que lhe trarão contra pontos, e que é assim que você formará suas opiniões e sua história individual. Afinal, eu sei que sou eu pelas experiências que vivi, pelo que senti enquanto me relacionava com as outras pessoas. A experiência do outro, eu até fico sabendo que houve, porém, não afeta o meu eu, não me diz respeito. Interessante notarmos que as relações podem mudar, pois temos um novo elemento, o da comunicação virtual ( não tão novo), a internet. Mas se de um lado a internet que é um instrumento valioso e não pode ser desprezada de forma alguma, de outro lado alguns também se viciam nela. Por que? Refletindo sobre as pessoas que aproveitam as rede social com outra intenção. Ao invés de se conectar com o universo globalizado das raças e suas descobertas, buscam uma fuga para o desprazer, acreditando encontrar o “paraíso”, lugar de resolução fácil de conflitos humanos. Você só conecta, só da atenção, e tecla com quem está lhe dando prazer. É uma relação onde as reações foram manipuladas, está fora do contexto real, do convívio do dia a dia, do repartir um quilo de sal nas refeições. Sem a convivência real a frustração é zero. Como um lindo conto da Carochinha. A realidade virtual passa então a ser um lugar de resolução dos conflitos humanos, ocupando o espaço da reflexão crítica, que antes era feito no relacionamento interpessoal. E claro que tudo o que sair deste contexto, não me serve, daí a depender é um passo. Por isso concluímos que por mais difícil que possa parecer, relacionar-se é imprescindível, motivo pelo qual aqui serão colocadas algumas dicas para que você obtenha sucesso nessa tarefa, ou melhore ainda mais sua convivência mas atenção, você precisa ter coragem de rever-se, fazer um inventário pessoal, formar sua opinião a respeito.

  • Você é cooperador?

  • Consegue transformar conflitos?

  • É mais ameaçador ou mais promissor?

  • Conserva as amizades?

  • Se beneficia com as críticas?

  • É irritante ou crítico?

  • Ouve para entender?

  • Consegue ceder a pontos não essenciais?

  • Escreva mais cinco itens que lhe são característicos.


Matéria publicada no jornal dia 10 de junho

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