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TRANSFORMAÇÃO - AUTO MELHORAMENTO, MUDANÇA


Procurando certa vez filmes na área de Relações Humanas de empresa, me deparei com um, que gostaria de partilhar com você. Chamava-se Zea, e iniciou com a tela toda preenchida por uma bola, enorme bola, difícil de identificar. A princípio pensei tratar-se do sol, ou algum planeta, mas depois acreditei ser a barriga de uma grávida, e percebi a barriga com muitas gotas de suor, porém em cinco minutos assistidos do filme, levei um susto com a surpresa – a bola explodiu, virou do avesso e converteu-se numa pipoca branca, suave como uma nuvem de algodão. Foi uma lenta e gradativa transformação, que até me emocionou no final. E me pergunto hoje o que é transformação, cuja definição é: dar nova forma, tornar diferente do que era, fazer metamorfose, converter. Quando queremos que algo de bom aconteça na nossa vida pensamos logo em situações novas provindas sempre de outrem, presentes recebidos, mega sena, mas quero falar que não é assim. Ninguém é capaz de alterar sequer o curso de uma tiririca que cresce no próprio jardim, o que dirá mudar indivíduos para melhorar a nossa própria vida. Apostamos na transformação do entorno, sempre no intuito de novas situações que nos favoreçam, mas esperamos algo mágico, não queremos pensar sobre o que fazer ,ou mudarmos. Mágica não é possível, mas uma transformação sim, a sua transformação. E pergunto como você vem executando a tarefa de transformar-se ? As pessoas lhe consideram uma pessoa do seu tempo? No seu carro só tem músicas de quando você tinha lá seus vinte e poucos anos ? Dizem que você é muito melhor , mais sábio hoje do que ontem? Como sabemos, a espécie humana quer ser sempre dominante, e isto ocorre para que ela permaneça no seu status de mandante no planeta. Reproduzimos essa ideia com muita força, inclusive violência. Esses dados nos auxiliam a estabelecer uma ponte entre o enorme desejo de permanecer igual, a qualquer custo, e a necessidade constante de mudanças, pois a inércia nos faz perdermos a condição de heróis da nossa própria história. Mudar as vezes causa a má impressão - de que vamos morrer, de não sabermos quem somos depois, e num discurso de que “todo mundo” não vai gostar que a gente mude, fazemos chantagem ameaçando que a mudança nos fará alguém frio, calculista, e insensível. Simplesmente tudo isso é necessidade de arrumar adeptos a que não mudemos é desculpa, defesa para a permanência dos nossos defeitos de caráter. Não queremos olhar para dentro de nós para o nosso funcionamento psíquico. Muita gente tem medo de psicólogo, sabia ? Pensam que temos algum poder mirabolante para saber quem são na essência. E se têm algo a temer é simplesmente porque temem encontrar-se, mesmo que inconscientemente, com esses defeitos de caráter. (Psicólogos trabalham com a ciência da psicologia, não é magia). Percebemos então duas forças, o indivíduo sabe que precisa mudar, mas fica impassível na posição atual, que não é boa mas é confortável. Por isso é tão difícil mudar. Agora me pergunto se foi fácil para o milho virar pipoca, e concluo que não, pois ele que era durão, capaz de quebrar um "dente menos avisado” teve de ficar um longo tempo fritando em azeite quente, até a casca se queimar, fragilizar, romper, e ele poder mostrar sua magnitude, sua grandeza e sabor delicado e agradável ao paladar, inclusive das crianças. Nós sabemos, que a águia passa por um doloroso processo de transformação, você deve ter visto em algum programa na TV. Ela é uma das aves que possui a maior longevidade, chega a viver setenta anos, mas aos quarenta deverá passar por uma transformação para tal. Ela toma uma decisão muito séria, pois suas unhas estão muito longas e flexíveis, não possibilitando agarrar a presa. E seu bico esta pontiagudo, alongado e se curva em direção ao seu peito. Suas penas estão velhas, pesadas e grossas, voar está difícil. Neste momento, a águia só tem duas alternativas: morrer ou enfrentar o processo de renovação, que irá durar e doer muito, por aproximadamente cento e cinquenta dias se optar por viver. O processo consiste em recolher-se em um ninho próximo a um paredão, no alto da montanha. Ao encontrar o local ela bate diversas vezes o bico no paredão até arrancá-lo. Espera pacientemente que o bico renasça, e com ele arrancará as unhas imprestáveis. E quando novas unhas surgirem, as utilizará para arrancar as velhas penas. Então, depenada, esfomeada, cansada e dolorida, fica letargicamente esperando as novas penas, alçando voo cinco meses após, e tendo mais trinta anos à sua frente para viver. Devemos perceber que ela não se lamuria esperando mudanças no entorno, ou que a caça fique mais fácil por conta de sua fragilidade. Ela se depara com os seus defeitos para a sobrevivência. Corajosamente se propõe a uma mudança e com persistência e paciência passa pela transformação. Mas sair da zona de conforto dói, e as pessoas nem sempre sabem onde está o primeiro degrau da escada que leva enfim à transformação. Preguiça é um pecado capital, porque não faz mal ao outro, e sim a você, que não aproveitará convenientemente “aqueles talentos” que nasceram com você. Uma dica é que você se firmará no primeiro degrau se conseguir arrancar as velhas e indesejáveis ideias, como o bico da ave, para nascerem assim outras boas e novas ideias, dotadas de mais generosidade e grandiosidade. Mudar atitudes que a nada lhe levam, como por exemplo criticar as pessoas e achar que só o seu comportamento é o melhor. Só em pensar assim, você já tem um defeito de caráter, o da prepotência, que precisa transformar, converter, e tem uma visão distorcida sobre si mesmo, como sendo o melhor cara do planeta. Apresentará ainda falta de compaixão , e a não aceitação do que é diferente de você. Veja quanto necessita transformar num simples comentário, e só se tiver coragem de se perceber, terá coragem de mudança. Comece batendo o bico no paredão, escrevendo num papel os seus grandes defeitos de caráter, e preste atenção, porque vai se surpreender com a quantidade deles. Igual ao bico novo que arranca as unhas, prontifique-se a por atenção nesses defeitos todos os dias e os leia frequentemente para arrancar as suas arraigadas “garras”, e lembre dos seus objetivos transformadores todos os dias quantos da sua sanidade mental . Arranque, como a águia arrancou as penas velhas, sentimentos de ciúme, inveja, maledicência, soberba, e todos os demais elencados por você, permaneça em meditação e oração, peça ajuda sinceramente. Seja corajoso e sangre se necessário for, mas queira a conversão, pois tudo o que somos é resultado dos nossos pensamentos, não é fruto das mudanças do exterior. É assim que se transformará em pipoca tenra e nutritiva que alimentará os corações no seu entorno, e que vai responder, corresponder a você com mais pipocas tenras. Bem, depois do primeiro degrau temos a escalada toda, mas também temos a vida toda para subi-la, até o nosso último dia. Matéria publicada no jornal dia 10 de outubro de 2011

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