top of page

PRECONCEITOS - IGUALDADE


“ Igualdade é o primeiro passo para a aceitação, e a aceitação é amor”

Deepak Chopra

Estamos frente a um tema que talvez alavanque as grandes desavenças sociais mundiais – a não aceitação do diferente e as maneiras discriminatórias de tratamento entre as pessoas, por conta do preconceito. Como uma pequena célula, está dentro de cada um de nós, e vai se desenvolvendo no conjunto familiar, alcançando territorialidade em grandes proporções até catastróficas. As gangs, os bandos, as seitas, os credos, os patriotismos, as etnias, os sexos, as necessidades especiais, são encaradas como divisor, o bem, do mal; odiado idolatrado; seguido perseguido, etc . Mas, o interessante é perguntar: Por que? Eu li em algum lugar que, ao receber doação de sangue, nunca o receptor pergunta se o doador é branco, índio, católico, brasileiro, petista, velho, mulher, rico, engenheiro... Isto me faz pensar que na hora da nossa real necessidade, todos são iguais. Não existe preconceito quando você está necessitado de um favor. Aí qualquer um serve para aliviar a sua pele, e até salvá-la. Precisamos saber o que é conceito para entender o preconceito. Segundo C. Gustav Jung (psiquiatra), a natureza do conceito registra “um arco” de oscilações de significados. É produto antropológico de conhecimento, a lembrança geral de atribuições de significados para aquele objeto. Mas afirma que há uma PARCIALIDADE, pois além de se referirem aos traços do objeto, existe o lado do observador, isto é, a visão particular daquele que efetua, que julga o conceito. E afirma que ao formarmos um conceito deixamos de buscar outras respostas, o que nos propicia uma paz e tranquilidade. Na tranquilidade, a pessoa se for acomoda, a observação para aí, não evolui , fechando assim a questão. Mas os conceitos científicos e psicológicos são diferentes dessa representação, pois é uma representação baseada na percepção da relação dos fenômenos, porém com IMPARCIALIDADE do observador. É um estudo, demanda tempo e compreensão do maior número de fatos sobre o objeto. E quando “nos apressamos” a falar de coisas fundamentais, devemos nos porém guarda”, pois podemos nos emaranharmos na trama das palavras, por conta de termos pouco conhecimento do real; e ao invés de evidenciarmos o conceito do objeto, evidenciamos nossos poucos recursos empregados no conhecimento e avaliação. Definindo preconceito, agora temos que ele é: uma opinião formulada antes de se conhecer bem o objeto, altamente influenciada pelos nosso julgamento, sendo considerado pelo dicionário como superstição, crendice e juízo antecipado. Veja como é verdade. Certa ocasião, um engenheiro de 50 anos me relatou que não gostava de gatos, porque sua mãe havia dito a ele na infância que: – Na cruz, Jesus pediu água, e o gato levou uma canequinha com urina a Ele para que bebesse. Eu não sabia se ria da historinha infantil, ou se eu devia chorar mediante o preconceito daquele adulto à minha frente. Pois é... quais são os nossos recursos empregados para avaliarmos tantas e tantas situações com as quais nos deparamos? Se chamarmos as situações de objetos, de quantos objetos não temos quase nada de conhecimento, mas temos uma “forte opinião formada a respeito de tudo?” E o mais interessante é a maneira como nos fechamos para ouvir algo novo sobre o objeto. Há pessoas que acreditam que o sujeito que muda de opinião é despersonalizado. Mas quem muda é o que procura novas informações, é o inquieto, pesquisador, o que não fechou, o inteligente. Ninguém nasce pronto e informado sobre todos os assuntos de todos os objetos, e quando se descobre um novo dado, tem-se mais informações para diminuir o preconceito, a crendice, a superstição. Ocorre uma mudança a toda nova informação, deve ser incorporada na ação para melhorar o sujeito,pois agora está sabendo o que não sabia antes. Acho incrível perceber o quanto de preconceito há em nós. E como nos julgamos melhores do que os demais. Somos sete bilhões de pessoas no planeta e acreditamos que só nós somos importantes, diferentes, especiais. O coletor de lixo que abraçou a função de limpar a minha, a sua sujeira, e que deveria ser admirado por seu serviço, que é fundamental à população, nem cumprimentado é ao passar correndo pela sua rua, para recolher sua porção de poluição no planeta, uma das sete bilhões de porções que são recolhidas diariamente. No quê eu e a minha porção de lixo somos mais especiais do que ele, e a devida porção de lixo dele? Somos muito arrogantes, não é verdade? Afinal, o que não sabemos de nós mesmos também pode gerar um preconceito, o de que somos o máximo. Embora sejamos todos iguais, o grau da nossa ignorância sobre cada assunto produz ideias arraigadas, interiorizadas, das quais não temos consciência, mas as temos, como o homem que não gostava de gatos. Faz-se necessário uma abertura para o novo, aprendendo sempre, morrendo e aprendendo. Sem medo de pensar, de pensar muito, de pensar sobre o que o Mestre dos Mestres pensaria sobre esse objeto. O que você conhece, entende, o que entende aceita, o que aceita, ama. Começamos com uma citação, é bom terminarmos nossa reflexão deste mês com uma outra citação: Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muita, nos aproxima. “ Louis Pasteur. Matéria publicada no jornal dia 10 de maio de 2012

Recent Posts
Archive
Search By Tags
bottom of page