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EU TE PROMETO SER FIEL...


Envolvidos por lindas músicas, na presença dos parentes e amigos, os noivos repetem várias frases no altar, uma delas é essa, tão profunda, e intensa. Eu te prometo ser fiel, na alegria e na tristeza, saúde ou doença, amando-te e respeitando-te todos os dias da minha vida. Mas às vezes não pararam para refletir o que eles estão prometendo “espontaneamente”. ( Eu não vi, ainda noivos na mira de revólver para repetirem essas frases, a não ser nas nossas festas juninas). Essa é uma frase forte, que sela um pacto interessante e vital, a promessa de própria boca, de que vai ser fiel, para aquela pessoa que acha ser merecedora, a qualquer custo, até debaixo da água. Uma simples palavra, fidelidade, que representa muito na relação conjugal. E se parte de uma promessa pessoal, deveria ser fácil exerce-la, certo? Sabemos que não é bem assim, Então como ser fiel, e porque há traição? De traição falaremos no próximo jornal, mas neste vamos falar da fidelidade. Viver esse juramento é difícil e abrangente ,digno de reflexão. Quando um rapaz e uma moça se casam apaixonados, não lhes passa pelas cabeças a enorme que estão praticando. Acontece que ao escolher uma mulher, amada por ele, renuncia às demais, a milhões de outros possíveis casamentos, o mesmo ocorrendo com a moça. É uma lei da vida humana, a cada escolha, implica renúncias, portanto decidir o caminho é um ato de coragem. Porém, o rapaz, quando ama, não julgará perda tal renúncia, nem tampouco a moça, e tudo o que se pudesse oferecer para um homem, ele trocaria para permanecer em seu lar protegendo sua família se esse for seu ideal. Povos antigos, sabedores disso, para derrubar um homem, tomavam como refém a sua família e a dizimavam, pois sabiam que só assim ele enfraqueceria. Então não se trata de uma renúncia pela simples renúncia, mas a renúncia como proposta de amor O que estamos percebendo é que, o homem moderno tem medo da renúncia. Por isso vacila em escolher, em definir-se e decidir por um caminho. No entanto é preciso escolher corajosamente, segundo G. Corção, no livro O Sentido da Vida, é estar disposto a perder tudo o que não se escolher. Pode acontecer que, quem casa, às vezes continue como se não tivesse casado. Isso é comum até nas profissões, por exemplo, um dentista muitas vezes está no consultório almejando a ideia de ter um comércio de tecidos, um advogado que pode pensar em ser militar. Não vamos discutir as causas dessas indecisões, só quero refletir em quanto está difícil para nós atualmente termos a coragem de escolher. As decisões são vagas, e nossas atitudes caminham entre a grande possibilidade de recuarmos. Por isso muitas vezes percebe-se a falta da excelência na qualidade dos serviços prestados, é feito um serviço, pensando noutra atividade. A promessa feita no altar pode esconder uma reserva, e a cada carta jogada na mesa, pode corresponder outras escondidas na manga do casaco. O leitor poderá pensar que é muito difícil renunciar às tantas mulheres que existem. “Numa entrevista à Band News, o Filósofo da atualidade, Cortela, diz que” há a possibilidade de permanecer solteiro, e que isso significa deixar centenas de mulheres numa feliz expectativa de casamento, e também no outro lado, não se corre o risco de deixar uma única mulher casada, mas infeliz”. Então, se casar, como fazer para permanecer fiel? As estratégias de guerra todas estão baseadas em dois aspectos básicos de fuga e resistência. Opte pela fuga, quando houver uma ocupação demorada dos pensamento com ações que não quer executar, mas que a fuga seja serena, para que a alma não fique presa ao assunto, e ao invés de libertá-lo poderá criar uma neurose. Uma pessoa que não gosta de doces, ao saber estar diabética, agora restrita obrigatoriamente, pode desenvolver verdadeira paixão por doces. Lembre-se que tanto o castelo da fada como a casa da bruxa exercem fascínio, mas a sexualidade não é fada e nem bruxa. A tensão nervosa sobre o assunto, acaba favorecendo justamente aquilo que a gente quer evitar. Devemos aceitar a nossa renúncia com realismo e humildade, e teremos a disposição exata para resolver as dificuldades. E é bom resistir naturalmente, pois o objetivo maior estará no desejo de manter o ideal. O fim é sempre mais excelente que o meio, pois falamos da opção do amor. A desordem está no egoísmo que não quer dar-se não quer unir-se, mas apenas quer procurar unilateralmente a sensação subjetiva do prazer. Não é a intensidade do seu desejo, mas é a direção geral que você escolheu para a sua vida, o que mais pesará nessa jornada, que esperemos seja longa, e, com fidelidade, na saúde e na doença...


Matéria publicada no jornal no dia 10 de Setembro de 2013.





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