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FORÇA ANIMADORA


O autoconhecimento nunca foi um dos nossos pontos fortes, e mesmo o conhecimento mais elementar de si mesmo, é algo que a maioria das pessoas resiste com determinação. Só quando houver um grande sofrimento ou confusão é que, percebendo que o autoconhecimento pode ser uma saída, nos dispomos a arriscar algumas ideias a respeito daquilo que sentimos. Mesmo assim, há uma resistência e nem todos seguem esse padrão. Tem alguns aspectos de nós que são muito difíceis de se conhecer mesmo, como por exemplo, os componentes masculinos ou femininos existentes dentro de nós. Eles nos escapam da atenção por serem completamente diferentes do que nossa consciência conhece a respeito de nós. E existe uma explicação de porque é tão difícil reconhecer, pois esses fatores são psíquicos e a manifestação deles acontece por projeção. Em artigos passados falamos sobre o fato de se colocar para fora nossos conteúdos obscuros, inconscientes, e os colocamos porque nos incomodam, de uma forma tal que ficam sendo qualidades (boas ou não) que vemos no outro. Portanto, o que me pertence e quase sempre aconselho ao outro, é aquilo que serve como conselho a mim mesmo. Vemos fora de nós. Essas projeções não são decisões conscientes, acontecem independente do nosso conhecimento. Mas quando ela se torna consciente, e percebemos que nos pertencem, a projeção nos outros finda. Quando a anima e o animus são projetados em outras pessoas, a percepção que temos delas fica profundamente alterada. Na maioria dos casos, o homem projeta a ânima na mulher e a mulher projeta o animus no homem. A mulher carregou para o homem imagem viva da alma ou da faceta feminina dela própria, e o homem carregou para a mulher a imagem viva dele próprio. Anima personifica o elemento feminino no homem e ânimus personifica o elemento masculino na mulher. Os homens identificados com sua masculinidade, tipicamente projetam seu lado feminino sobre as mulheres, e as mulheres identificadas com sua natureza feminina tipicamente projetam seu lado masculino sobre o homem. Essas imagens psíquicas projetadas, constituem “os parceiros invisíveis” em todo relacionamento homem mulher, e influenciam grandemente esse relacionamento, através das projeções que podem ser maximizadas, ou subvalorizadas, Por causa dessa maneira distorcida de interpretar os fatos, se perde a verdadeira imagem. O criador do termo parceiros invisíveis, Padre John A. Sanford diz que esses parceiros promovem um diferencial no relacionamento sexual, onde o homem é compulsoriamente induzido ao relacionamento sexual com a mulher, por representar seu lado feminino e depois da cópula, ele experimenta uma sensação de momentânea unidade com a sua anima. A mulher , por outro lado deseja primeiro conquistar o relacionamento humano, e depois dar-se sexualmente ao homem, e segundo Padre Sanford “ muitos demônios” vivem rondando essas diferenças entre eles. Essa estrutura tem formação nas figuras parentais, o pai para a mulher e a mãe para o homem. Jung escolheu esse nome porque é o que dá ânimo, “vida” à pessoa. O homem, poder ser sensível, ter capacidade para amar, ter espiritualidade e ter humor, ser um homem bom, quando a influência da mãe foi positiva. Mas quando houver influência negativa da mãe (mãe emocionalmente doente), o indivíduo poderá apresentar irritabilidade, depressão, incerteza, insegurança e estará susceptível, pois fará observações venenosas (contendo distorções mesquinhas e destruidoras) , rancorosas e efeminadas que emprega para desvalorizar todas as coisas. Diz constantemente as frases -“ não sou nada, nada tem sentido, tudo só acontece comigo, nada me dá prazer, e tenho medo de adoecer”. Poderá ainda ser explorado por mulheres, e ser bastante melindroso. É a ânima responsável por fantasias eróticas, pois pode ser alimentada através de shows, strip, revistas. Na mulher o animus bem influente fará uma pessoa de garra e determinação, apta ao trabalho, dotada de energia, independente e forte. Saberá usar a ponderação e raciocínio lógico, além dos sentimentos emocionais, tornando-se mais objetiva e coerente, apresentando maior centragem e serenidade. Quando a influência é negativa, teremos uma mulher com exageros nos melindres, na fragilidade, inapta ou com dificuldades para vencer numa carreira no trabalho, seu emocional será mais aflorado. Faça uma pausa para observar em você o seu outro lado,” o animador”. Tem gosto pela vida? Ainda é a anima a responsável pela escolha objetiva dos parceiros reais dos cônjuges. Esses parceiros invisíveis precisam ter a oportunidade de desenvolverem-se adequadamente, amadurecendo de acordo com a idade e com o tempo, trazendo harmonia à relação. Falaremos desse desenvolvimento na próxima edição. Matéria publicada no jornal dia 10 de março de 2013

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