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VOCÊ ESTÁ LOUCO?


A palavra louco costuma ser uma constante no nosso quotidiano e, uns não ligam ao serem chamados assim, outros se importam muito, por isso vamos tentar entender melhor do que essa expressão trata e qual seu sentido. Quem nunca ouviu ou nunca falou essa expressão: Tá louco? Se perguntarmos por aí, individualmente as respostas serão parecidas. "Louco é o cara que está no hospício". Mas de qual psicopatologia estaremos falando? O que ele é? Segundo o dicionário da Editora Porto a definição da palavra louco, é: doido, alucinado, demente, insensato, imprudente, doidivanas, extraordinário, exagerado,, o indivíduo que perdeu a razão. Então vamos necessitar pensar, mesmo que grosseiramente, no funcionamento do nosso aparelho psíquico, para encaixar a definição acima. O ser humano já nasce com um equipamento psíquico bem interessante. Temos várias funções nesse equipamento que nos faz interagir, isto é, como nos relacionamos de dentro para fora de nós e de fora captamos para dentro, tudo de manifestação que vemos em nós e nos outros, Nós não somos responsáveis por ter esse aparelho, mas sim por sua funcionalidade. Entendendo mais, temos, por exemplo, muitos mecanismos para defesa psíquica, como projeção, introjeção, negação, uns vinte aproximadamente. Mas vamos desenvolver alguns conforme o ambiente nos agredir, e necessitarmos nos defender. Temos também nele vários sentimentos, amor, ódio, raiva, inveja orgulho etc., mas vamos priorizar aquele que mais vai ser suscitado em nós dependendo do ambiente. Também nos pertencem, a depressão, a histeria, a neurose a psicose, a catatonia, a esquizofrenia, paranoia e demais. E poderemos desenvolver alguma patologia caso tenhamos um ambiente hostil que propicie a exacerbação de algum. Quando nascemos, costumeiramente está tudo bem, e se tivéssemos um ambiente favorável, idealizando essa explicação, seria como se tudo pudesse funcionar ao mesmo tempo, girando devagar, mas continuamente, como um globo daqueles que encontramos nas festas, os facetados revestidos em espelhos; como se fosse um mosaico, a cada fração de segundo mostrando uma das muitas facetas, que brilham cada uma a seu tempo de acordo com o foco da iluminação. É o que dá um movimento interessante e agradável no salão, ou na pista de dança. Pois é, herdamos o aparelho psíquico assim, bem bonitão. A seu tempo, de acordo com o acontecimento, uma das muitas funções aparecendo e em seguida dando espaço para outra função, continuamente. “Segundo “Flavio Gikovati,”liberdade implica fundamentalmente na coerência entre: idéias, conceitos e comportamento objetivo”. Deveríamos alegrar qualquer ambiente, com nossas idéias e conceitos sensatos, decisões coerentes, e comportamentos objetivos. Mas como aprendemos a usá-los segundo as necessidades do ambiente, não funcionam como o ideal, e no mau funcionamento farão um diferencial - o das patologias. “Outro exemplo: Ao sermos frustrados em nosso desejo, podemos deprimir temporariamente, até relançarmos o desejo de outra forma, agora pensado, usando a inteligência. Porém, a depressão é o congelamento do deprimir”. “Se não pode sentir raiva do próprio pai porque socialmente não é aceito, pode sim ter muito medo de aranhas, barata, rato, por exemplo, deslocando esse (des) afeto, odiando as pequenas criaturas”. E assim o aparelho que outrora era lindo, radiante, agora emperrado, produz sempre a mesma resposta, só uma faceta brilha, não tem alegria fica estático, sem a sua graça natural. Aí então temos o louco, pois qualquer fixação do mosaico dará a você, leitor amigo, de um lado um diferencial de comportamento como se fosse louco. E em relação ao outro, uma interpretação de que o outro é “um louco”. Tenho para dizer que todos nós temos um ou muitos diferenciais. Esses diferenciais nos afastam da realidade objetiva e nos aproximam da nossa realidade interna, da nossa insensatez, do nosso exagero, da nossa imprudência, da nossa alienação, da nossa demência, e da nossa perda da razão, muitas e muitas vezes. Qualquer das psicopatologias desenvolvidas não tem cura, porque curar significa sanar de vez, extirpar. E como deixar de ter alguma das funções do o aparelho psíquico? Ele está desajustado e o ajuste, o controle, é obtido ou com auto análise, ou com tratamento psicológico e em alguns casos inclue o psiquiátrico também. Mas a grande maioria não procura ajuda e não ajusta, pois só vê a loucura no outro. Dentro desse panorama podemos perceber que LOUCO, ou todos são ou ninguém é, uns mais, outros menos, pois cada qual carrega seu D.N.A. familiar e suas relativas dores emocionais”. Enfim, entendendo que todos têm momentos de loucura e lucidez, e que a grande sacada é fazer voltar o movimento inicial do globo lhe trará mais sanidade para “refletir harmoniosamente a verdadeira LUZ que nos Ilumina”. Lembre-se que Deus nos fala através da nossa psique.

“É considerado sensato aquele cuja loucura coincide com a da maioria” (Miguel Unamuno, Filósofo Espanhol, 1890 ) Matéria publicada no jornal em 10 de maio de 2014

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