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O NATAL E O EU IDEAL


”Como você era perfeito quando era bebezinho!”

Ao nascer, somos emocionalmente saudáveis, embora segundo Jung (psiquiatra), temos uma predisposição inata quanto a forma de encarar os conceitos de mundo. O meio ambiente poderá fazer juntamente com a predisposição inata um sujeito saudável ou portador de psicopatologias. Surge então o adulto que necessita fazer uma viagem interior se quiser saber quem ele realmente é. Vamos nessa viagem?

Julgamos-nos bem bacanas, nos achamos o máximo, merecedores do melhor, e tem até quem se julga livre de qualquer defeito.

Mediante tal bondade e formosura, o outro sempre é o que ofende, desrespeita, é mau. Portanto é comum a pessoa boazinha ter muitas mágoas guardadas. Temos então uma estrutura de EU que necessita amor, aprovação e elogios o tempo todo . Nós somos esses seres, os bonzinhos. Mas se só tem bonzinhos, quem nos magoa?

Acontece que não temos capacidade para perceber nossos verdadeiros sentimentos, emoções e atitudes, e que além de vidraça que sofre, podemos sim, ser a pedra que fere.

Isso acontece porque criamos ideais e um deles é o de EU. Nosso ideal de EU é imaginado, perfeito, intocável, e acreditamos nessa criação como verdadeira, é como um papel que inventamos para nós com todas as qualidades que resolvermos que terá, como na novela.

As pessoas da convivência próxima nos falam sobre nós, mas não conseguimos nos identificar com essas observações, e então nos “magoamos” com elas. Levaremos em consideração que ser humano é ser espírito, psique e corpo, mas aqui estarei abordando tão somente a minha área, a psique e as tendências passionais. Temos de admitir como nossas as tendências passionais que possuímos, e pode ser que nossas rédeas não estejam totalmente sob nosso controle. Falta total de rédeas nas paixões é tão ruim quanto a repressão total das mesmas. É como é, embora meu ideal de EU me diga que não. É que as descompensações acontecem.

Se o leitor entendeu até aqui deve se perguntar o que isto tem a ver com Natal, e sentimento de, ser bom, fazer o bem, E ainda poderá questionar se haverá uma maneira de ser bacana de verdade, esse personagem. Será que alguém conseguiu deixar de viver o personagem para ser de fato bacana O desejo de ser bom e fazer o bem surge da identificação com o nascimento do VERDADEIRO IDEAL DE EU, e representa para nós o “Ideal Universal”,e no inconsciente sabemos que nós temos uma pseudo imagem sobre nós e que pode ser falsa. É um confronto.

Segundo DOM VALFREDO TEPE, Ofm em seu livro O sentido da vida, Jesus tinha um coração humano que vibrava em toda escala de sentimento: júbilo e tristeza, angústia e alegria, ternura e indignação, enfado e entusiasmo, afeto e ira, desejo e repugnância,esperança e medo. Ele não recalcava as tendências passionais. Deu vazão à profunda depressão ao ver frustrados todos os seus esforços de salvar Jerusalém, e avistando a cidade chorou sobre ela. Deixou-se contagiar pelos sentimentos causados pela morte de Lázaro, por seus entes queridos, e teve amizades profundas. Ele não rejeita os afetos humanos, mas usa esse dinamismo positivo tão forte e tão construtivo, eleva-o, dirige-o para a sua finalidade própria. Não é abstrato indiferente ou frio. Não há descontrole, não há imagem ideal de EU, e isso é uma das situações que faz toda a diferença.

O Ideal de EU funciona como um fator impeditivo ao equilíbrio emocional nos confunde, e contém elementos que cegam como vaidade, orgulho, e, egoísmo, egocentrismo, inveja, ganância. Ele não nos deixa perceber nossa dimensão para que possamos evoluir a partir daí.

Perceber a própria insignificância é terrível, ninguém quer. Então a gente “se acha”, mas não é. Quero lançar a você, leitor, uma proposta de viagem interior. Entre em contato com esse ideal de EU, e escreva num papel os obstáculos que ele lhe impõe. Antes do Natal, mate simbolicamente esse pseudo ideal queimando o papel. E no espaço vazio queira que se inicie o processo de surgimento do Eu baseado no Ideal Universal. Vá fundo. Será um crescimento para a vida toda, e a verdade surgirá do erro, se você persistir. Lembre-se que a verdadeira perfeição está na humildade e harmonia de todas as coisas, como Ele ensinou. Boa viagem

“Nunca serei perfeito. Posso conviver com isso”

Deepacck Chopra (físico)

Matéria publicada em 10 de dezembro de 2013





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