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NOSSO MUNDO, QUE MUNDO É?


“Maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (João, 4:4)

Estava pensando sobre as frases prontas que usamos no dia a dia para expressar algum sentimento. São frases simbólicas, porque elas dizem a mais do que simplesmente o que está escrito. Quero refletir sobre essa sentença:

– “O prato dele escorregou e caiu. “E todo mundo” ouviu seu grito! Vergonha...

Na frase podemos afirmar que mais de sete bilhões de pessoas ouviram o tal grito?

Mas podemos pensar que somos reducionistas a ponto de acreditar que as pessoas do mundo todo cabem num restaurante, mesmo sabendo conscientemente que pessoas do senso comum conhecerão no máximo algumas centenas de pessoas durante toda a vida.

Por que falamos isso então? Vamos pensar num outro fenômeno, e quero compartilhar com você.

Ocorre que o mundo em que vivemos é o que cada um de nós faz com que ele seja. Como isso se dá?

Nascemos com algumas predisposições inatas para desenvolver. Concomitantemente é acrescentado ao vivido no cotidiano, o formato do nosso entorno (País, costumes, tradições e moral); vamos assim adquirindo um jeito único e especial de viver. De acordo com o grau de importância dado para cada fato, (maximizando ou minimizando), vai se delineando grau maior de atenção aos objetos, sentimentos, e tornando realidade todas as coisas. Nasce então um “mundinho nosso”, como se fosse uma paisagem pintada e esculpida a mão do que tem ou não importância para o nosso tipo de viver. Colocamos tudo que escolhemos criando uma “bolha” particular. E seremos sempre o centro dessa paisagem

Pode-se dizer que fazemos a nossa bolha e nela nos refugiamos como se fosse ela tudo o que existe. Nasce o conceito de Todo Mundo,que são os habitantes da bolha,e nesse contexto, o personagem mais importante é o Eu, o eu criador. Nesse mundo só cabe o que nós pintamos como verdades absolutas, e todas elas giram em torno do que sabemos e fazemos. Nossas atitudes vão sedimentar a “bolha” com a sensação de que todas as bolhas das outras pessoas são iguais. Temos essa percepção, Só que não, é fabricação individual e distinta. Existem mais de sete bilhões de bolhas ´diferentes no nosso Planeta, acreditando que são todas iguais, e por isso cada uma “se acha” mais sabida que a outra, Tudo movido pelos mecanismos da Onisciência ( capacidade de saber tudo infinitamente) e Onipotência (sei fazer tudo e melhor).

Carl Gustav Jung (psiquiatra) diz que pensar que todos vêem o mesmo mundo seria no mínimo ingenuidade. Os mundos são criações particulares, e diferentes.

São construções inventadas, as vezes, movidos por medo, precoceito e outros, vitimizam seu criador, por conta de distorções muito distantes da realidade, nas quais acredita, porém é a realidade dele (crenças) que consomem sua alegria e saúde.

Por exemplo, a pessoa começa a dar lugar, uma enorme importância ao cigarro, e depois de tempos sofre terrivelmente sabendo ser um doente em potencial para o câncer, mas admite aborrecida que não “consegue” largar do vício. E foi ela que colocou isso na paisagem...

É só “furar” e sair da bolha, deixar tudo ir, poder perceber que há mais bolhas, a dos outros, e pensar em recriar uma outra bolha,renovar conceitos, parar de fumar, onde se possa deixar de ser vítima do que criou e sim ser herói na sua história. Poderíamos dar muitos exemplos de pessoas que sofrem por conta das paisagens que colocaram na bolha, mas nem se dão conta de que, se parece real, é porque elas imprimiram a realidade, E assim como só ela fez, pode desfazer.

Quando as construções vitimizam seu criador, é também por ter escolhido pintar para si a “atitude de apatia”, deixar a vida levar, mediante os fatos que ele desconhece e que aparecem como fenômenos do acaso, sem escolhas. Apatia enraiza, fica real, e consome as forças das mudanças .

Nessa hora a ciência da psicologia, por intermédio do trabalho do psicólogo, esclarece, desanuvia e fortalece a pessoa para que se faça uma nova construção, aumentando a sua percepção de mundo. Não podemos dizer que a pessoa será mais feliz, pois muitas bolhas são formadas de doces mentiras, e muitas vezes o mais próximo da realidade não é doce, mas pelo menos ele será mais consciente e será mais honesto .

Por isso leitor somos tão diferentes nas resoluções dos acasos da vida. E nas escolhas também.

Existe uma realidade única, indivisível, nem sempre conhecida, e sabemos ser difícil alcançá-la. Damos o nome de sábio a quem chegar mais perto dela.O que nos resta é entender melhor:

E aproveite agora para pensar o que o vitimiza na sua “bolha”. Como é o SEU mundo?


“Atraio para a minha vida qualquer coisa à qual dedico atenção, energia e concentração, seja em termos positivos ou negativos” (Michael J.Losier)


Matéria publicada em 10 de maio de 2015



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