top of page

MAL,A GRANDE ONDA


“Onde o amor impera, não há desejo de poder, e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro” Carl Gustav Jung

Em pouco tempo de namoro André e Antônia engravidaram e por conta disso foram viver juntos. Porém o casal enfrenta dificuldades no relacionamento. Andre trabalha duro e ganha pouco, enquanto Antonia cuja filha tem sete anos e outro de três, alega não poder trabalhar para cuidar deles. Ela reivindica mais dinheiro para as contas, ele não tem como fazer melhor. As discussões iniciaram assim, mas hoje já não sabem mais o porque das discussões, só sabem o quanto se hostilizam. Ela não cuida dele, não o elogia, não o incentiva,a não lava suas roupas, não cozinha para ele fazer a marmita, não sai do facebook; enquanto ele, fica com os nervos à flor da pele, pouco dinheiro, muita insatisfação, quebra objetos, pratos, etc. Sua perturbação não o deixa focar em algo mais rentável para fazer, nem fazer algum curso profissionalizante. Dominado pelas emoções, afoga sua raiva buscando outras mulheres. Separam-se e voltam porque ela não tem como sobreviver sem ele, e o dinheiro pouco não tem como ser repartido. Diz que se a deixar, nunca mais ele verá os filhos; ele não entende sobre leis, e acuado, permanece na relação totalmente insatisfeito. Embora um não saiba o que o outro pede nas suas orações, ambos se perguntam por que Deus quer vê-los tão infelizes. O que eles estão “pagando” com esse sofrimento, e pedem à Deus para” resolver o caso”

Essa cena que acabamos de descrever leitor, é tão banal, faz parte do quotidiano de milhares de casais, onde sem harmonia, não por afeto, amor, e sim porque foi instalada uma zona de conforto, permanecem juntos, num conflito crônico, por alguns anos. Ele querendo que ela mude e ela querendo que ele mude. O foco como sempre é o outro. E nenhum percebe a si mesmo e individualmente ambos se consideram coitados e vítimas neste contexto. Será?

Podemos dizer que nesse cotidiano existe o enaltecimento constante do mal e precisaríamos encontrar o vilão, mas quem? Quem é o autor do mal?

André tem dificuldade em perceber seu potencial, pai alcoolista, não foi estimulado ao sucesso, e tem medo de ousar. Antonia foi mal criada por seus pais que acreditaram, ela seria capaz de se casar com um príncipe e moraria em seu castelo. Por isso não era necessário incentivar a auto suficiência nela.

Esses dois e outros acontecimentos na vida dessas pessoas fazem com que eles não consigam ser agentes de sua história, não são autores, e nem heróis. Não conseguem fazer bem um ao outro, E atuam como vilões um do outro. Ela age, ele reage, e provavelmente estarão cavando covas para se enterrarem juntos, estão literalmente indo para o buraco. Há mal maior?

Se é que um dia houve amor além da atração física e daquela vã ilusão de ter encontrado a pessoa ideal, não há amizade que resista a essa exposição ao mal. Permanecem atordoados na nuvem que cega e nega a realidade, ficando dominados pelo vendaval das verdadeiras manifestações maléficas a que são submetidos enquanto também submetem. E dão continuidade ao mal fazendo dos filhos ” balas de revólver” para ferir o outro, com ameaça de alienação parental, isto é, a possibilidade da maldade da mãe em retirar deles o direito de conviver com o pai, mesmo que a distância, só para fazer mal ao pai. O mais puro e horrendo mal que se pode fazer é retirar deliberadamente dum filho o direito de conviver com o pai. E fazer isso justamente à alguém que diz ser carne da sua carne e que jura amar mais que tudo na Terra.

Todos somos bons mas também sabemos ser maus. E não temos facilidade em olhar para nossa atitude de maldade; a maior facilidade que se tem está em perceber um grande mal sempre contido nas ações alheias, fora da gente. Torma-se por base situação do mal, aquilo que fazem os ladrões, assassinos, políticos corruptos. E banalizamos, minimizamos o grande mal que há dentro de nós e que fazemos veladamente com outros nomes mais bonitos como : agir em nome da mágoa, da honra, ou por legítima defesa. Na historinha o mal vem mascarado por esses rótulos aí.

Porque essas duas pessoas já foram expostas anteriormente, lá atrás no período do seu desenvolvimento, a um grande mal, e que causou esse tipo de conduta presente a cada uma, agora também são disseminadores do mal. Na auto defesa, fazem mal a qualquer um que ofereça amaeaça à sua zona de conforto. Incluindo quem nada tem a ver, os seus filhos, como um dia também foram incluidos. Estamos banalizando os grandes males que fazemos, como se pudesse haver pequenos males.

Quando o pensamento de paz é muito perturbado pelo pensamento do mal, não há evolução. Por isso o casal não evolui. E como no mundo só há dois movimentos,avanço ou retocesso, retrocedemos. E se o mal é a sombra do bem, onde se dissemina um, não se encontra o outro.

Muita gente fazendo esse”tipo disfarçado, banalizado” de mal, há um enorme poder coletivo do mal, forma-se uma grande onda de pensamentos do mal, e daí, haja construções de muralhas, grades, trancas, câmeras de segurança, policiamentos e medos enormes, na mesma proporção. ISTO LHE SOA FAMILIAR?

Mas eu entenderei quando você leitor, ao terminar de ler esse texto dirá que com você é “diferente” pois você é bom, a melhor pessoa para se conviver. Um temente a Deus, cumpridor dos mandamentos, dá esmolas, é doador do dízimo. E que você faz uma única ressalva para não se “magoar”: que não comecem a pisar no seu “calo”. Provavelmente leitor, você já banalizou essas cenas de horror, e eu pergunto: Você tem medo de quê? E está engrossando qual onda? Raça Humana é agressiva para predominar, ter e ser o poder, e usa qualquer subterfúgio para tal.Mascarado o mal é aceito.

O caminho para se criar uma outra onda, a onda do bem, já foi escrito há muito tempo. O Filho de Deus nos explicou sobre o amor, a novidade daquela época, mas é bem difícil SER COMO O SÂNDALO, QUE PERFUMA O MACHADO QUANDO ELE O FERE!

Matéria publicada no jornal em 10/02/2016

Recent Posts
Archive
Search By Tags
bottom of page