top of page

DESCONFIANÇA PERMANENTE? PODE SER PARANÓIA



Oswaldo consegue chegar ao fim do seu trabalho de conclusão do curso em administração, e conclui que o tema escolhido foi muito difícil. Casado com três filhos, trabalha arduamente pois toda a parte de Recursos Humanos está sob seu comando, e como a empresa vem aumentando, suas tarefas o estão consumindo. Divide-se entre tantos afazeres, e sente-se muito pressionado em todos os lugares. Perfeccionista, sempre acha que tudo o que faz bem, poderia estar ainda melhor.Quando outro administrador foi contratado, Oswaldo acreditou que seu gerente tinha raiva dele e que não reconhecia seu valor. Além disso, tinha certeza de que estava sendo menosprezado pelos colegas. Aconteceu que numa das vezes no cafezinho, quando ele chegou , os colegas pararam de conversar e ele teve certeza de que estavam falando dele.

Sempre desconfiou da esposa, sente ciúme, e agora suas desconfianças aumentaram, não admitindo que ela clareie os cabelos ou compre roupa nova sem pensar que o fará para agradar alguém que não seja ele. Num almoço de aniversário em família viu um grupo de pessoas rindo, e pensou que estavam rindo dele, provavelmente porque sabiam algo a respeito de sua esposa.

Passa tanto tempo remoendo essas idéias que seu rendimento no trabalho caiu, a vida conjugal está infernal, pois brigam muito, e não consegue finalizar, formatar seu T.C.C. para entrega-lo..

Quando seu gerente o alertou que deveria melhorar seu desempenho por conta de não receber uma avaliação insatisfatória, isso acentuou ainda mais suas suspeitas de que não gostavam dele. Pediu as contas e arrumou outro emprego, mas já acredita que os novos colegas não o querem no time.

Sua esposa não aguentando as cenas infundadas de ciúme, o avisou que vai mudar-se com as crianças para a casa de seus pais.”

Algumas pessoas tornam-se desconfiadas sem motivo, em tal grau, que seus pensamentos paranoides destroem sua vida profissional e familiar. Diz-se que tais pessoas tem distúrbio paranoide de personalidade.

Segundo a Sociedade Brasileira de Psiquiatria Clínica, em seu programa de educação sanitária sobre a Década do Cérebro, a desconfiança permanente é um sinal inconfundível de paranoia. (National Institute of Mental Health, 1987)

Paranoia é um termo utilizado por especialistas em saúde mental para descrever desconfiança ou suspeita altamente exagerada ou injustificada.

Atenção – simples desconfiança – não é paranóia, ainda mais se é fundamentada, isto é, baseada em algum fato.

A paranóia tem graus, desde a ser discreta, onde a pessoa afetada pode ser bem ajustada; ou pode ser tão grave a ponto de deixar o indivíduo incapacitado. Suas denominações são: distúrbios de personalidade paranóide, distúrbio delirante paranóide, e esquizofrenia paranóide.

Nosso exemplo diz respeito a um menor grau, distúrbio de personalidade paranóide, onde gostaria de focar nosso tema.

São pessoas desconfiadas, estão sempre procurando provas sinais de alguma ameaça, então qualquer pessoa é uma situação nova de ameaça, se reservam muito, estão sempre esperando uma armadilha, e duvidam da lealdade dos outros.

Têm hipersensibilidade, e por estarem sempre em alerta captam qualquer minúcia e podem ofender-se sem motivo. Por isso são ofensivas e hostis.

Não reconhecem culpa em seus erros e são altamente críticas em relação aos outros. Pensa numa “tempestade em copo d' água”!? É isso.

Frias e distantes, pois são polemistas e irredutíveis, acabam com dificuldade em estabelecer vínculos, se acreditando racionais e objetivas.

Essas características vão se acentuando com aumento de níveis de estresse, e embora sendo bons profissionais, sua vida relacional geral vai se estreitando, e infelizmente são os que não procuram ajuda, nem médica e nem espiritual, por motivos das desconfianças todas.

Mediante tal constatação podemos perceber que a vida de Oswaldo irá de mal a pior, a menos que ele encontre uma saída inteligente, a única, que é cuidar de seu transtorno, e resgatar dentro do possível, as boas situações da sua vida. Aqui vai um recado a você leitor que não conseguirá identificação com o texto por motivos óbvios, mas poderá pedir a alguém para ajudá-lo . E se chegarem a conclusão de que sim, você apresenta os sintomas, seja inteligente como Oswaldo terá de ser, rumo a melhor qualidade emocional na sua vida.

Materia publicada no jornal em 10 de maio de 2016.




Recent Posts
Archive
Search By Tags
bottom of page