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EDUCAÇÃO E HUMANISMO


“O SER HUMANO NÃO TEME AS DIFICULDADES, ELE AS SENTE COMO DESAFIOS. O QUE ASSUSTA É A INSENSIBILIDADE E A IGNORÂNCIA” filósofo Dr. Daisaku Ykeda

Sabemos que grande parte da população brasileira não tem a oportunidade de estudar como gostaria ou de acesso a estudo de qualidade. Também sabemos que, dos que estudam, uma parte considerável não consegue interpretar os textos que lê. As pesquisas nessa área mostram que: temos 27% analfabetos funcionais; 23% dominam a leitura (letramento); 8% compreendem plenamente o que leem, com capacidade de análise crítica

A questão de como as pessoas se informam (o que leem,) e como lidam com as informações, tem origem no nível de estudo e nas oportunidades para se desenvolver nesse sentido- além do grau de compreensão e de empatia, que são específicas para cada pessoa, mas também têm influência direta do seu contexto social e de aprendizados ao longo da vida.

Fica claro que o brasileiro está cada vez mais inserido no ambiente digital pois temos cerca de metade da população utilizando a internet para ler notícias ou se informar, especialmente os jovens de 14 a 29 anos

Quando uma pessoa consegue ler uma frase, e entender a ponto de ensinar para outra pessoa, é romper os seus limites e realizar uma transformação profunda na sociedade a partir da própria mudança interior

As pesquisas mostram que atualmente que:- 47% usam internet, 43% usam o whatsApp, 35% usam as demais redes sociais.

Quem se atualiza somente pelas redes sociais tem grande chance de entrar em contato com apenas um lado das questões e temas, e consequentemente acaba não tendo consciência do outro lado da mesma questão e fica mais propenso a se juntar às pessoas que pensam de forma parecida e rejeitar o que é diferente. Numa das propostas para a paz enviadas à ONU em 2018, lê-se: “Entre as causas do que é conhecido como “filtros-bolha” estão as pesquisas e dados que retornam informações já sintonizadas com as preferências do usuário, ocultando outras fontes. Gradualmente, sem perceber, a pessoa é envolvida em uma membrana isoladora de informações pré selecionadas(...) Dessa forma, desde o início, a pessoa é afastada de opiniões diferentes que nunca se tornam objeto de análise cuidadosa.”

Caro leitor, fica inclusive fácil perceber que “Notícias falsas” são armadilhas fáceis para se cair, uma vez que nosso povo a partir do quadro exposto acima, não tem realmente condições para consultar a fonte.

Como podemos viver no contexto das redes sociais, seus filtros-bolhas e notícias falsas, e conseguir discernir o certo do errado, extraindo o melhor de tudo aquilo que a internet e os livros podem proporcionar?

Quando uma pessoa consegue ler uma frase, e entende a ponto de ensinar para outra pessoa, é o romper os seus limites e aí realiza uma transformação profunda na sociedade a partir da própria mudança interior

Segundo a psicóloga infantil Marlene Rodrigues em seu livro Psicologia Educacional 1976, as metas principais do Humanismo em Educação não se restringem ao desenvolvimento da inteligência e das habilidades, à conquista fluente de informações e à eliminação da ansiedade dentro dos espaços vitalíssimos de ensino. Muito mais abrangentes, elas buscam o SER, a plena evolução da pessoa, o homem em crescimento contínuo. A qualidade do homem não é, simplesmente a sua capacidade de raciocínio, como a metafísica vem proclamando desde Aristóteles, mas a sua franca disposição para SER.

E nessa perspectiva leitor, o homem é uma criatura em estado constante de superação de si mesmo (SARTRE). Ele necessita se apropriar e responsabilizar pela sua auto-construção.

Só que nossas pessoas estão sendo tratadas de forma tal de alienação em todos os seguimentos sociais que, sem condições inclusive para entender o que se passa no espaço onde vivem, interromperam suas francas disposições para Ser e deixam que a vida os levem. Vida leva eu, sou feliz ...

Dica: Buscas em sites para confirmar ou desmentir, notícias que são em geral sensacionalistas; Resolver individualmente seus pre-conceitos para sair do filtro-bolha, use menos as redes sociais. Você é o único responsável pelo seu desenvolvimento, e senão o fizer, outros assumirão o controle da sua vida.

Matéria publicada no jornal em setembro/18.



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