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SOFRENDO DA SÍNDROME DO IMPOSTOR?



Camila , uma jovem de aproximadamente 30 anos, diz à sua amiga que precisa muito falar com alguém e ambas saem do trabalho para um café.

Confessa então não estar mais aguentando e quer abrir sua verdade à alguém para receber conselho sobre como proceder. A amiga solícita, a escuta pacientemente.

-“Sou a maior fraude que você já conheceu, eu não sei nada de nada, nada sobre o meu trabalho, e estou com muito medo de ser mandada embora, porque vão descobrir que não sei nada. Até agora não perceberam apesar de meus erros, mas assim que eu entregar esse trabalho que me foi pedido tudo virá a tona. Ele está horrível,uma “porcaria”, não ficou bom, porque eu realmente sou incompetente. Estou acabada, arrasada, com muito medo de ser descoberta e queria ao menos que fosse logo, porque daí eu me livro de tudo isso. Sou uma fraude( Choro)...”

A amiga está surpresa com aquela revelação e reage com espanto

-“Nossa, Camila! Você tem feitos ótimos trabalhos, as pessoas te elogiam, seu chefe gosta muito de você, e eu particularmente te vejo muito responsável,trabalhadeira e esforçada. Não falta, não se atrasa e sempre sai bem depois do seu horário. Só ouço elogios sobre você nos corredores. E lhe aconselho a descansar, espairecer, para entender o que esta efetivamente acontecendo com você, pois me parece um discurso fora de contexto, e de alguém meio depressivo, amiga. Por favor, fica bem, vamos pensar mais sobre isso.”

Esse diálogo segundo a psicóloga Pauline Rosa Clance (1978),” tem a ver com uma pessoa altamente inteligente, competente, que trabalha duro, é capaz, mas que de repente começa a sofrer de um fenômeno debilitador, tendo uma distorção que lhe faz acreditar ser incompetente, burra e preguiçosa; que engana e que um dia será desmascarada.”

Pessoa com a chamada “Síndrome do Impostor” apresenta um discurso autodepreciativo, reavalia constantemente o trabalho fazendo com que trabalhe a mais que o necessário, ou procrastina pelo desejo da perfeição, e sempre que possível foge das atenções.

Temos para dizer que duvidar do seu talento e do seu potencial ,repensando a sua capacidade é interessante para que a pessoa possa evoluir e melhorar, porém é bom, só que depende do grau em que essa avaliação acontece, pois no caso da Camila, a severidade a leva ao sofrimento total, a descrença de si mesma.

Procurou ajuda e numa das conversas com o psicólogo, ela revela que sempre sofreu muita pressão para transformar-se em pessoa de sucesso, e que sua família quando a elogiava era de um extremo elogio, porém na hora de criticar, nossa, era “colocada abaixo do tapete”. Então podemos observar que excesso de pressão do entorno pode propiciar que esse distúrbio surja com o tempo.

Sabemos que começa com a ansiedade , e o quadro vai se agravando, o que poderá levar à depressão.

O que podemos dizer para Camila?

Em primeiro lugar, se ela é uma pessoa bem sucedida como sua amiga a percebe, ela deve entender que o sucesso não vem por acaso. Existe a lei do retorno, a lei de causa e efeito. A causa que ela fez e foi algo bem feito, retornará em sucesso.

Depois, ela precisa acreditar nos elogios que recebe, para poder perceber quais são os seus pontos fortes, reconhecer que os tem, e admitir que são seus.

Outra dica boa é compartilhar experiências para trocar as informações que detém com as informações de outros; e acreditar que sabe falar sobre o assunto, ensinar e aprender. Com isso se situará nos conhecimentos, e para isso o diálogo é fundamental.

E por fim, se conscientizar que cada um de nós é precioso e dotado de grande missão, então não tenhamos medo de nada. Sigamos em frente com alegria no coração.

Matéria publicada no jornal em Nov/18









Mas se nada disso adiantar procure sim ajuda profissional.


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