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SABEDORIA NAS RELAÇÕES IMPLICA ATÉ MATEMÁTICA

"A escada da sabedoria tem os degraus feitos de números" Blavastsky


Julio César de Mello e Souza (1895 – 1974) pseudônimo de Malba Tahan, foi um professor, educador, pedagogo, matemático e escritor do modernismo brasileiro, Em seu livro, O homem que Calculava, ele narra um problema da partilha de uma herança. É um conto de origem desconhecida, mas muito interessante, e resolvi compartilhar com você leitor, para depois filosofarmos em cima dos acontecidos. Eis o conto:

A partilha dos 35 camelos

Beremiz Samir, o Homem que calculava, viajando na garupa de um camelo junto com seu amigo, se deparam com três pessoas discutindo ao lado de um lote de camelos. O motivo da discórdia era a partilha dos camelos deixados como herança aos três irmãos. O pai, antes de falecer determinou como seria a divisão dos 35 camelos.

- O filho mais velho ficaria com a metade, com 17 e pouco

-O filho do meio ficaria com a terça parte ,com 11 e pouco

-o filho caçula ficaria com a nona parte, com 3 e pouco

A metade, a terça e a nona parte de 35 não incorrem em um valor exato – não faz sentido dividir um camelo.

Beremiz, com o apoio do amigo propôs resolver o problema adicionando seu próprio camelo, para totalizar 36. E dessa forma a divisão proposta pelo pai seria respeitada.

- O filho mais velho ficaria com a metade de 36, isto é, 18

- O filho do meio ficaria com a terça parte de 36, isto é, 12.

- O filho caçula ficaria com a nona parte de 36, isto é, 4

Note que a soma totaliza 34 e não 36. O algebrista convenceu os irmãos de que com essa divisão eles obteriam lucro, na partilha de 35 camelos.

Com gratidão pela solução do problema, os irmãos entregaram 2 camelos ao inteligente Beremiz, um que era dele e outro que sobrou na partilha. Agora , ele e seu amigo poderiam seguir juntos, mas cada um em seu camelo.

Se quiser entender esse raciocínio utilizado por Beremiz, procure no livro, mas o importante para nós aqui é perceber outra coisa: - para tudo podemos ter uma resposta favorável, e se é problema, é natural que se tenha um enunciado, que pressupõe uma resposta, mediante um raciocínio lógico. Parece que não nos damos conta do detalhe de que nossa melhor habilidade é justamente resolver problemas, e de pronto deixamos a aflição, (ou algum outro sentimento abalador do nosso raciocínio) dominar nossa emoção e com isso teremos um” dificultador” do raciocínio para (não) resolver o problema. Desespero, choradeira, xingamento, e outras manifestações emocionais podem acontecer, mas saiba que de nada servirão. Porque depois disso , deve-se acalmar e pensar em todos as possibilidades daquela questão; e optar pela melhor solução, muito embora nem sempre seja a que nos faria mais contentes. Para tudo encontraremos uma resposta, inclusive não há oração sem resposta. Lembre que haverá soluções e que nem sempre nos favorecerão, mas assim é a vida. Conciliar situações conflituosas é uma nova modalidade do direito, e antes de uma audiência judicial formal, os conciliadores irão lhe ajudar a pensar. Isso se você deixar chegar até aí.

Agora você deve estar pensando que há problemas sem respostas, não é? Então procure um exemplo e verá que não. Antes de considerar um problema avalie no que o fato irá refletir em sua vida daqui há dez anos. Provavelmente deixará de ser um problema. E se estiver pensando sobre a morte eu adianto que isso não tem como armar um enunciado e procurar através de raciocínio lógico uma resposta, portanto, não é problema, é fato inconteste.

Mas, se foi criado pela raça humana, pode ser resolvido pela mesma via.

Invente uma matemática para seus problemas e a boa convivência lhe acompanhará!.

“A matemática é o mais maravilhoso instrumento criado pelo gênio do homem para a descoberta da verdade. Laisant

(Texto parcialmente (história) retirado do site Atitude Reflexiva.)

MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL OUT./2019

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