top of page

CODEPENDÊNCIA ACONTECE EM VÁRIAS RELAÇÕES AFETIVAS

Codependência acontece em várias relações afetivas

Pare de amar errado! Quando a vida dentro de mim, se tornou possível” (Nietzsche)

“Nem que eu tenha de morrer, ele vai ter de parar de jogar, pois eu vou salvá-lo” (mãe anônima aflita)”

‘-Oi amiga, vamos comer uma pizza aqui em casa este sábado?

-Querida, infelizmente não poderei ir porque minha filha está infeliz, como você sabe, ela perdeu o emprego mês passado e está difícil arrumar outro! Preciso ficar com ela...“Vou deixar para uma próxima vez.”

Quis começar essa reflexão com uma situação do quotidiano, muito comum de acontecer, para introduzir o conceito de codependência . Quando se ouve essa palavra, logo se nos apresenta a ideia da cena - “de alguma pessoa envolvida em álcool ou drogas e os parentes correndo atrás dela enlouquecidamente”. É isso também, porém é mais que isso, pois estamos tratando aqui de uma doença desconhecida de muitos, silenciosa pois não há sintomas físicos, mas que mexe com o íntimo de alguém. A pessoa se envolve tanto com a vida do outro que não percebe sua auto anulação. Em relações de codependência, momentos de crise são alimentados com situações em que um faz o outro sentir-se culpado, ou inseguro ou abandonado.

Trata-se de um fato que pode ser mais perceptível em famílias que possuem pessoas com a dependência química (álcool e drogas). A dependência química é considerada uma doença de múltiplas causas, progressiva familiar, crônica incurável, porém tratável ;e normalmente por serem relações que implicam muitas conturbações, discussões, e por serem muito fortes, os familiares adoecem junto com o dependente, e também precisam de ajuda. Codependência é um termo muito utilizado em terapias e análise principalmente na dependência química.

A doença consiste numa inabilidade de manter e dar sentido saudável a relacionamentos sejam eles, familiares ou amistosos, e nem ele e nem o outro com o qual a relação acontece, sente-se bem. Mas acaba com um na dominação e o outro na passividade e com medo ou culpa, sentindo-se diminuído, o que facilita a atuação do outro. A pessoa passa a acreditar que sem o outro não conseguirá ser feliz, e até viver. Em alguns casos diferentes inclusive da dependência química, como as relações abusivas, onde a dependência pode ser afetiva, a pessoa apresenta os mesmos sintomas, pois necessita da aprovação do outro, não sustenta suas próprias ideias, torna-se insegura, e com quase ou nenhuma ação. Inclusive não tem a percepção sobre o seu estado. Tenta ser o máximo possível imprescindível na vida do outro acreditando assim obter o controle, Não aceita a autonomia da outra pessoa. Fazendo o seu “melhor” acaba por prejudicar o outro. Afeta a vida pessoal, familiar, social, negócios, carreira saúde e o crescimento espiritual. Na medida em que parecem fortes, assim está a sua fragilidade e falta de defesa, produzindo uma auto anulação. E enquanto parece ser controlador, é na verdade controlado pelos vícios e comportamentos de outros.

Alguns pais acreditam que o filho é sua posse e desejam tê-lo, não aceitando “perder o filho”, que se traduz em perder o poder de determinar o que este deve fazer. Porque no filho ideal, do jeito que eles gostariam que fosse, está contida a sua felicidade, apresentando assim uma dependência, não de drogas, mas dependência emocional, que podemos traduzir como uma preocupação emocional constante e fixa no filho. E seu único objetivo é fazer o outro parar, seu vicio. Seria como se pudessem resolver um problema que pertence a outro.

Essa doença da codependência, inicialmente começou a ser notada nas famílias de pessoas alcoolistas, mas depois estendeu-se aos demais relacionamentos. Essas pessoas perdem relações, que poderiam ser saudável, perdem a esperança. Entram num processo de autoanulação, extrema ansiedade, autocompaixão, baixa estima, depressão, fobia e compulsão. Todos são sintomas dessa doença, que também inclui no quadro a depressão, e angústia.

Resumindo, trata-se de duas neuroses, numa a pessoas corre atrás da droga, noutra os parentes correm atrás dessa pessoa. É sabido que essas pessoas por estarem interligadas emocionalmente, exercem papel imprescindível no tratamento dos dependentes.

Devemos lembrar que enquanto há programas de políticas públicas para tratamento dos dependentes de vários segmentos, em Ambulatórios, hospitais, casas de reabilitação, e Centros de Atendimento Psico Social, não há políticas públicas para tratamento das pessoas codependentes.

Então, o que fazer para ajudar as pessoas com codependência?

A base do tratamento deve ser a do auto conhecimento. Isso pode ocorrer na psicoterapia, com profissionais da área de psicologia. Há alguns anos, grupos de pessoas envolvidas com dependentes resolveram unir-se e em conjunto trocar experiências tanto da dor, dos erros e dos acertos, para de alguma forma, lidarem melhor com o seu próprio comportamento.

Temos aqui na Paróquia N.S. Fátima a Pastoral da Sobriedade

.

Agende sua consulta (11) 97413-5371

Recent Posts
Archive
Search By Tags
bottom of page