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ADULTO DESCRITO COMO ESTRANHO OU DIFERENTE- AUTISTA?


Jonas chegou aos 26 anos com o estigma de jovem estranho. Não aprecia balada, de poucos amigos, fica desconfortável quando tem de comprar novas roupas. Vê o mundo do seu quarto onde nada falta: os eletrônicos, e seus passatempos prediletos. Tem habilidades manuais, desenha muito bem os mangás (desenho japonês), coleciona fanaticamente esses gibis, conversa com outros colecionadores através de internet “online”. Em casa quando escuta alguma piada pensa antes de rir, e por vezes não ri, mas quando ele conta piada, ela parece ser sem graça e ninguém ri. Tem dificuldade para olhar no rosto das pessoas e não gosta de barulho. Constantemente pergunta para a irmã se ela está triste. Conversando com a mãe desabafa que ele deve ser muito feio porque não tem sucesso com as meninas.


A mãe relata que não deu trabalho quando bebe, quase não chorava sendo quieto e comportado. Quando criança o percebia tímido, retraído e com dificuldade para interagir, o que foi considerado normal. Mas a angústia da família culminou com um fato. Vivem nos Estados Unidos, e no dia das bruxas (dia 31 / 10) a mãe colocou um esqueleto de plástico na frente da casa para aderir à brincadeira. Quando chegou o Natal ela argumentou estarem caros os enfeites e ele sugeriu que se colocasse um gorro de papai Noel no esqueleto e estaria bom.


Como não era uma brincadeira, a mãe finalmente procurou ajuda para avaliação.


Jonas tem TEA transtorno do espectro autista, em nível 1, isto é o mais brando. O que vem a ser TEA?


No transtorno do espectro autista há um neurodesenvolvimento atípico leve mediano ou severo, com manifestações agudas, déficit na comunicação, comportamentos estereotipados, repetidos e hiperfoco.


Exatamente não se tem a causa, mas sabe-se que fatores ambientais e genéticos desencadeiam TEA. A pouco tempo o diagnóstico era negligenciado, assim como compreender a pessoa. Atualmente se busca um diagnóstico, mesmo com mais idade, aliviando o paciente e os familiares. São usados testes e observação após os dois anos de idade.


Jonas é adulto de espectro leve. É mais evidenciado na interação e comunicação social do que no desenvolvimento cognitivo, que tende a ser até superior. Observa-se no toque que para ele é desagradável, na linguagem direta – o supersincero - e que não entende metáforas; prefere trabalhar sozinho, com dificuldade para sair da rotina, faz restrições alimentares, apresenta sensibilidade ao barulho e hiperfoco. Está na turma dos 10% de autismo leve, e o restante está distribuído em dois grupos: moderado e grave. O grupo dos moderados necessita suporte para auto funcionamento. E no grupo grave, há alguns prejuízos como baixa funcionalidade, necessitando apoio para tarefas, higiene, alimentação e vigilância constante, podendo apresentar agressividade, com riscos para si e para o outro durante as crises.


A vantagem do diagnóstico refere-se a um desenvolvimento melhor mediante intervenções precoces dos profissionais que se fizerem necessários em acordo com cada caso. Nosso protagonista caminhou sozinho, mas agora poderá entender o que acontece e melhorar sua atuação social, com tempo para organizar emoções e situações, transformando a caminhada que era árdua para mais suave. Realizando sonhos com autoestima melhorada.


Todas as pessoas são dignas e passíveis de amar e serem amadas, basta alguém compreender e ter estrutura emocional para participar.


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