top of page

EU NÃO ERRO!



João entrou em casa muito bravo, enraivecido porque um motoqueiro havia batido com a moto em seu carro. A esposa tenta consolá-lo dizendo que pode ter sido sem querer, porém ele não acredita. Acha que foi proposital, e que a moto também ficou danificada por escolha do rapaz.

Como é divertido pensarmos que muitas vezes nossas atitudes são no mínimo infantis. E normalmente quando o assunto é assumir algum erro, daí “nunca fui eu” é o pensamento vigente. Assumir nossos erros é abdicar da autossuficiência que nos faz sermos donos das verdades. Outro aspecto se refere ao fato da dor sentida quando se erra: culpa e arrependimento. Se João admitir que fechou o motoqueiro vai sentir raiva de si mesmo, porque implica em perceber sua distração e gastar dinheiro para o conserto de dois veículos.

E ainda ter de confessar a si que não é bom o bastante como pensava, justo ele que não recebia multas de trânsito há anos. Com isso precisaria engolir as palavras que disse quando seu cunhado bateu o carro: – Ele não prestou atenção, foi batida de motorista amador!

Fazemos alguns tipos de erros. Os simples, como o de João, e na maioria das vezes são esses que vivemos atribuindo aos outros:- Quem deixou a luz acesa? Não fui eu!

Mas temos erros mais graves, uns que causarão arrependimento, porém irreversíveis. Atropelar um animal, ou uma pessoa, usar palavras ofensivas para ferir belicosamente, e muitos que podemos pedir desculpas, perdão, mas as sequelas estarão lá. Esses dois tipos de erro costumam trazer sentimentos de tristeza, culpa, arrependimento, raiva de si, desejo de autopunição, baixa autoestima.

Porém há certo tipo de erro que nem tem como observar que foi um erro, como exemplo, o suicida. Sabemos que essa pessoa não estava com plena saúde emocional, pois não há um só problema que não possa ser resolvido pelo humano; uma vez que foi criado por um. E a pessoa não se deu conta disso, porém aqui não tem análise, é fato.

Sabemos que se a pessoa não for portadora de psicopatia, sentirá culpa por errar. E para que serve o sentimento de culpa? Todo sentimento tem um objetivo final.

Conheci uma pessoa que se sentia tão culpada, a maior e inigualável, nunca em tempo algum alguém se culpava mais do que ela. Sua vida estava estagnada ao período passado do fato. Não poderia nunca mais ser feliz. Mas esse sentimento é de “orgulho da culpa” e considerado inútil. Vamos elucidar.

Na medida em que a maioria das espécies escolhe uma entre três opções, correr atrás da presa, correr do predador ou se fingir de morto quando pego até q seja deixado ao chão para tentar escapar, como é com os humanos?

Nosso cérebro acumula várias informações de resultados positivos e negativos (nossos e de outros) e vamos fazendo juízo desses valores. Mediante a situação, juntamos numa fração de segundo todas as informações que conhecemos, mas não usamos nenhuma delas e sim criamos mais uma, a nossa, para aquela situação, baseada em todas as outras. Temos um leque surpreendente de escolhas. Incalculáveis. É mais fácil de errar na escolha quem escolhe

entre três ou entre mil? Por esse motivo estamos fadados ao erro. E necessitamos reconhecê-lo como parte do nosso processo de aprendizado.

Quem reconhece o erro sente culpa. E precisa pensar que escolheu por algum tipo de filosofia que rege suas escolhas e que não é o melhor. Dar luz ao entendimento: se foi erro cultural, mental ou emocional. Não tinha informação suficiente, não pensou na consequência, ou foi levado pelo impulso das emoções. Esse é primeiro passo. Analisar se será possível mudar. Encontrar a forma para que a mudança seja realizada. Além, dar novo significado aos sentimentos anteriormente gerados. E entendimento ao pensamento que gerou o erro. Se esforçar ao máximo para não repetir o erro e acreditar que é possível.

Na realidade esse sentimento é bastante útil, nos retira dum pedestal de deuses e nos coloca na humanidade da compaixão por todos que erram, do não julgamento e perdão. Portanto, conjugue eu erro, tu erras, e vamos crescer enquanto isso.

“A medida da inteligência é a capacidade de mudar” Albert Einstein

Comments


Recent Posts
Archive
Search By Tags
bottom of page