top of page

HISTERIA COLETIVA

Na tentativa de criar um grupo de transmissão por celular, um acidente no percurso acionou grupo de família e disparou quase todos os meus contatos de wattsapp. Em segundos houve um tumulto inigualável, reações inusitadas, intensas de terror, escritos vários xingamentos e palavras horríveis. Mesmo sabendo ser minha conta e tratar-se de pessoa amiga, uma vez que estavam nos meus contatos, a histeria coletiva instalou-se no primeiro minuto, e todos apavorados saiam do grupo, antes que eu conseguisse explicar o ocorrido. Palavras como racker e fake news foram citados. Mas outras como louca e idiota também estavam presentes.

Interessante que várias pessoas se expõem em suas redes com poses insinuantes, usando biquíni. Já vi crianças exibidas com uniforme escolar. A vida social completamente escancarada com descrição de locais indicativos de suas visitas em tempo real. E os restaurantes sendo visitados, passeios noturnos de bicicleta são postados em lives. Completa exposição considerada normal e comum. O que agora os estudiosos de comportamento social em massa denominam ser extimidade, isto é, o contrário de intimidade. Por outro lado sabemos que todos os nossos dados são usados e que nossa privacidade além de escancararmos boa parte é completamente rackeada. No meu caso, em menos de um minuto houve histeria em massa. O que ocorreu? Citaremos outro dado:-

Há 75 anos (1938) a rádio CBS (EUA) transmitiu invasão alienígena à Terra e assustou milhões – estava narrando o romance escrito por Herbert George Wells primeiramente lançado em folhetim numa revista inglesa em 1897. Orson Wells e Howard Kock a adaptaram e veicularam 40 anos após. Em 44 minutos de peça causou impacto tão forte que se formaram muitos grupos armados nas ruas para matar os ETs, e as pessoas colocavam panos úmidos nas portas e janelas; estavam sentido o cheiro de gás lançado por eles para exterminar os terráqueos. Confusão que ficou na história. Mas o interessante é que só os que entraram em sintonia após o início do programa não ouviram que era uma peça de teatro adaptada ao rádio. Mas a histeria de massa ocorreu.

São surtos de doença psicogênica em massa. Falamos da impressão de realidade que é construída no cérebro da pessoa com a mesma consistência do mundo real que o cerca. É uma psiconeurose na qual a dissociação ou fragmentação de vida mental substitui o funcionamento normal por várias pessoas. Ocorre uma desestrutura psicológica ao mesmo tempo, onde as pessoas apresentam coletivamente um comportamento estranho, adoecido sem causa aparente.

Provoca na massa um nível maior de ansiedade fazendo com que percam o controle sobre atos e emoções, além de turbinar os sentidos, como tato, paladar, olfato, e mais. Por isso, mesmo sendo tudo “coisa da cabeça”, histéricos chegam a apresentar sintomas como náusea, tontura desmaio, falta de ar. Tudo por ansiedade.

O Brasil é atualmente o país com o maior número de habitantes ansiosos em todo mundo segundo a Organização Mundial da Saúde, onde 18,6 milhões de pessoas sofrem dessa condição psicológica que afeta tanto a vida pessoal quanto profissional. E até o final desse ano a depressão será a maior causa de incapacitação no mundo, ainda de acordo com a OMS.

O afastamento social agravou a situação das pessoas com transtornos mentais, mas uma análise de Eduardo Tancredi CMO, explica que tem mais fatos agravantes.

- Milhares de informações de todos os tipos chegam numa velocidade difícil de digerir

- Dividimo-nos entre: a razão, emoção e uma parte de pessoas completamente céticas.

- Pessoas achando tratar-se do apocalipse, entram em pânico e passam a ter posição egoísta Exemplo da corrida ao supermercado para estoque de papel higiênico e álcool.

- Elas esquecem que o momento exige reação solidária.

- Formam o efeito manada em busca da sua segurança.

- Exposição crônica ao estresse aumenta a chance de desenvolver doenças como depressão e ansiedade, gerando alteração na regulação hormonal e desequilíbrio imunológico, levando a transtornos mentais.

Durante a epidemia de quatro anos de SARS em 2002 um estudo mediu o nível de estresse dentro de um hospital em dois grupos: internados e profissionais de saúde. Resultados da pesquisa, após um ano e meio de estudos, 58,9% profissionais de saúde estavam com quadro que sugeria doenças mentais, sendo que o transtorno de estresse pós-traumático perfazia 25%, e os com depressão, 15,6%.

Atualmente as pesquisas demonstram que o maior número de consultas para inteirar-se sobre a função de remédios pela internet são sobre: rivotril, sertralina e fluoxetina, acompanhando as palavras ansiedade e crise de ansiedade.

Dicas ótimas para não entrar nesse estado?

Mantenha atenção no presente, esteja sempre no aqui e agora. O que importa mesmo é viver só por hoje, amanhã é incerto e o passado não tem volta e nem conserto. Só poderá mudar atitudes hoje.

Se organize tanto sua residência quanto sua “casa interna”, tenha bons hábitos e autocuidados.

Medite, isto é, crie um tempo para pensar sobre o que tem feito e como estão seus sentimentos; faça exercícios, se ocupe com boas conversas, bons amigos e boas atitudes. Só seja escravo desses bons hábitos.

Precipitar-se e acreditar em tudo o que ouve ou vê nos tempos atuais é no mínimo ingenuidade, pois o metaverso chegou. É bom entender que mais do que nunca, o que parece, pode não ser.

“Quinhentos milhões de galáxias, um Grande Universo para conectar-me com o meu pequeno universo: eu minha família e amigos.”


コメント


Recent Posts
Archive
Search By Tags
bottom of page