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NATAL DIFERENTE

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Natal vai se aproximando, e as regras da Organização Mundial da Saúde para 2020 sugerem distanciamento social, reunião entre poucas pessoas, uso de máscaras, além de lugar arejado. Estamos mundialmente subordinados ao novo vírus, à covid 19. Que Natal diferente!!! Mas o que fazer? Como programar as festas em família? Lembrei-me de dois episódios marcantes que vivi e pensando no que eles representaram na minha vida resolvi relatar aqui, para quem sabe vislumbrarmos alguma luz. Um deles, há aproximadamente 15 anos, onde por uma série de fatores, estava eu no Natal, sozinha em Boraceia (litoral norte de SP), e procurando uma capelinha para assistir a missa de Natal, deparei-me com uma reserva indígena, muito simples. Pensa em uma simplicidade verdadeira no meio da reserva da Mata Atlântica. Que experiência inolvidável! Alguns indígenas, e pessoas muito humildes, e um padre que com muita honra eu fui buscar no colégio na Rio-Santos, por ser a única pessoa com carro ali. Eu senti nos pulmões o nascimento do Menino Jesus, porque nada, nenhum outro estímulo além do Evangelho, existia ali para distrair ou perturbar aquele momento de fé. Há cinco anos atrás, eis que me encontrei novamente sozinha na noite de Natal, e escolhi passar em uma casa terapêutica especializada na recuperação da dependência química e do álcool, próximo a Sorocaba, que acolhia os dependentes sem condições de pagar pelo tratamento. Como lá nem todos pertenciam à mesma religião, juntos, os internos prepararam uma atividade ecumênica, com cantos e orações. Após, um interno recitou uma poesia sobre o agradecimento à trajetória do trigo até transformar-se em pão. O cesto de pães estava à mesa na composição daquilo que seria a nossa ceia: – cachorro quente. Novamente, outra experiência inolvidável. Dessa vez eu vi o nascimento do Menino Jesus no olhar, no coração exposto, dentro de cada interno desesperado, cheios de fé, implorando por sua saúde, seu controle emocional, uma pausa na dor que a doença provoca, esperançosos por sua cura. Chorei. Penso na diversidade de Natais existentes pelo mundo, e no comodismo que toma conta, fazendo com que se aprecie a mesmice de sempre, comprar presentes, decorar a casa com novos artefatos, comprar roupas lindas, sortear o amigo secreto. Pode dar a impressão de “perda da liberdade” em não fazer como sempre, porém há um engano, pois agora sim, “estaremos livres” para sentir verdadeiramente o nascimento do Menino Jesus em nossas vidas. Dessa vez não vai ter como fugir: nada de compras, grandes festas, comidas desperdiçadas e muitos presentes; só o puro espírito cristão, como deve ser, em uma das mais importantes e bonitas festas cristãs. Todos podemos perguntar: - Como lidar com a nossa situação este ano, de uma forma criativa? Em resposta, os exemplos que eu tinha para oferecer segundo a minha experiência. Você, leitor, já está ciente. Junte sua família nuclear e busquem a essência, aprofundem a Causa, o Objetivo, de acordo com a sua essência. Há uma janela de oportunidades para viver o mais puro e sincero Natal, que talvez passemos na vida, em um momento tão diferente de todos os anos, em décadas na nossa história. Mas faça a alegria participar de todos os momentos. Depende de nós criarmos bons momentos, momentos inesquecíveis, com o coração alegre de cristão que pode comemorar, por mais uma vez, a chegada do seu Menino Salvador. Invente, e que seja inesquecivelmente bom para que você possa inclusive fazer uma boa reserva emocional, à espera de uma vacina eficiente. Se você leu este texto, está bem e saudável, continue se cuidando, Poesia de Luiz Homero: O pão meu de cada dia “Que o trigo dos trigais dourados produza o pão meu de cada dia, mas que, na hora de comê-lo, eu me lembre do gesto divino da multiplicação e possa ter a grandeza humana da divisão... que eu tenha o pão do amor, não o que me faz pensar em mim mesmo, mas o que brota do coração dos bem aventurados e se expande no universo, envolvendo tudo e todos num abraço de eternidade. Que eu tenha o pão da bondade, não da bondade apenas para os que me amam, mas da bondade também para os outros. Que eu tenha o pão da caridade, não da caridade dos que dão, mas dos que também se dão. Que eu tenha o pão da fé, não da fé proclamada para as multidões, mas da fé silenciosa, consciente mostrada através de atos, comportamento. ... (Estrofes sobre pão da coragem, pão da humildade, pão da justiça, pão da liberdade, pão da liderança, pão do perdão, pão da sabedoria, pão da verdade). Que o trigo dos trigais dourados produza o pão meu de cada dia, que me alimenta o corpo para prosseguir vivendo, mas que eu coma, também, o Pão Místico do Banquete Divino, que me alimenta o espírito para ser digno de viver.” (Se quiser, leia a poesia inteira procurando pelo autor na internet) Você leu, que glória! É um vitorioso e está presente no aqui e no agora, então nossos votos do jornal só podem ser de um Excelente e Santo Natal!

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