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TROCANDO SEMPRE DE FOTO DO PERFIL NAS REDES?



As redes sociais vieram para ficar. A maioria de nós tem um ou outro tipo de comunicação virtual, e podemos observar as grandes vantagens que essa tecnologia nos trás. O melhor exemplo dessa experiência está aqui, no próprio jornal, acontecendo mesmo durante a pandemia e a dificuldade dos encontros. Não só foi possível ler o jornal virtual, mas também assistimos as missas, bem como palestras e trabalhos no sistema “home office”. Porém, essa sensação de “visibilidade” está trazendo situações que podem ficar incríveis mas perigosas. Muito interessante a necessidade que se instalou nas pessoas, de ao mínimo toque do celular, se sentirem na obrigação em satisfazer a curiosidade sobre: - O QUE FOI QUE ACONTECEU AGORA? QUEM QUER FALAR COMIGO? GANHEI MAIS UM LIKE? QUANTOS LIKES OBTIVE NESSA POSTAGEM? COMO AUMENTAR AINDA MAIS MEUS SEGUIDORES? QUERO, PRECISO E VOU ULTRAPASSAR FULANO EM CURTIDAS, FIQUEI BACANA NESSA FOTO? QUAL FILTRO DEVO USAR PARA FICAR MELHOR? etc

Há alguns anos atrás escrevemos sobre a nomofobia ( edição 88 - julho de 2010), isto é, dependência de celular, e você pode procurar no site do jornal para aprofundar o entendimento; mas agora, vai mais além, temos a possibilidade de desenvolver mais sintomas emocionais, e até algumas patologias devido ao rumo que as redes escolheram para entreter o usuário ao máximo, segregando- o a um pequeno núcleo de pessoas que pensam como ele.

Escolho hoje falar sobre o ”VAIDOSISMO” provocado pelas redes, isto é, um aumento significativo da vaidade de usuários de ambos os sexos, e idades variadas.

Vaidade é um adjetivo, qualidade que é do vão, do vazio, firmado sobre aparência ilusória. A pessoa se importa muito com a própria aparência, dá excesso de importância à futilidades. Expressa orgulho em relação ao próprio sucesso, ou se alegra porque necessita que seja aprovada. Esse aspecto deixa claro a insegurança, a falta de conhecimento sobre si e seus verdadeiros valores. Quer ser mais importante, ou mais bonita, que as demais. Ostenta presunçosamente aquilo que entende ou vê como suas qualidades, mas que por vezes são nada mais do que o produto de filtros e programas alterando sua aparência.

( Leitor amigo deve estar pensando se essas pessoas não seriam narcisistas. E respondo que não. Não é, porque o narcisista tem a opinião muito elevada sobre si mesmo. E não se importaria com a aprovação de outros para sentir-se bem. O narcisista não faz nem terapia por acreditar não existir ninguém à sua altura, alguém do seu nível.)

Leitor, você percebe a série de situações que adoecem os usuários das redes? A começar pela palavra usuário que só se diz para os usuários de drogas e para os usuários de redes virtuais. Isso tem um fundo de verdade, as pessoas podem usar o quanto quiserem os sites, inclusive entrar além do uso, no abuso e na compulsão, não conseguindo ficar um dia sequer sem o celular, apresentando os mesmos sintomas de abstinência que os dependentes de álcool e drogas, e outros vícios.

Quando a pessoa recebe um elogio mediante uma nova foto do perfil, ela fica contente e faz outra, e mais outra, variando “ modelitos” caras e bocas. Aqui surge o “vaidosismo” acirrado. E, envaidecida, segue trocando as fotos a todo momento compulsivamente .Porém, o problema aparecerá no momento em que será rejeitada por um seguidor que seja, um único. Basta um comentário desaprovador por exemplo

o de um detalhe, do rosto, ou orelhas, nossa!!!! Já é motivo suficiente para deletar aquele que fez o comentário,todas as fotos, refazer uma outra conta excluindo aquela antiga, e um, dois meses sem sair do quarto em estado depressivo pensando na vontade de morrer (se cortar o corpo, ou se matar)... Não posta mais nada, pois se sente insegura, se deprecia, perde auto estima temporariamente, perde o humor quer retirar ou por mediante processo cirúrgico seja lá o que for, mas que provocou tanta dor. Por estar com muita raiva, parentes próximos serão suas vítimas, com suas grosserias por conta da frustração” do não ter

E assim muitos deixam de comer, criam fantasmas da vergonha por não apresentar a perfeição exigida pelos programas de retoque da própria rede, que deixam as pessoas maravilhosas: De um lado retiram toda imperfeição da pele, de outro todas as gordurinhas, afinando ou engrossando traços do rosto. E consideram-se desafortunados por não possuírem produtos badalados que as redes anunciam a cada minuto, e sentem-se na grande maioria das vezes altamente frustrados, pois é difícil ficar o tempo todo no topo das postagens.

Essas pessoas vivem uma ilusão perigosa, e necessitam de ajuda. Dependendo do estágio de contaminação precisarão de tratamento profissional, não só por querer cortar-se ou querer se matar, mas fica aqui um alerta a todas as pessoas, pois não se trata só de adolescentes ou jovens. Muitos adultos já trocaram os jogos e as redes e não dão atenção aos seus filhos que também crescem com esse tipo de referência.

“Vale mais a ignorância do que um saber vaidoso”

(Nicolas Boleau)








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