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VERGONHA


-Não vou nessa festa, não conheço ninguém, o que farei lá?

-Além do aniversariante, encontrará alguma pessoa na sua idade para conversar, fará novas amizades, ouvirá música ao vivo, e como vai ter cantoria entre os jovens, entre na brincadeira e cante também. Será divertido!

-Mãe você está de brincadeira? Não vou entrar sozinho, todos vão olhar pra mim, não quero conversar com ninguém que não conheço, pois não tenho assunto e vou “pagar de trouxa”. Nem pense que vou cantar em público, NUNCA!” Você sabe que nem apresentei o trabalho na faculdade, pura exposição, eu não aguento, tenho vergonha.

A palavra vergonha define um sentimento de insegurança causada por medo do ridículo e do julgamento do outros, recato, decoro, rubor.

Mas o sentimento de vergonha não é bom, a pessoas se isola para não se expor. Acredita que os outros sabem que ela está sentindo vergonha. Alex não é fofo consigo mesmo, ele se julga como se fora seu pior inimigo. Segundo Green, (2003), é a desmascaração do seu mundo interno. E segundo Zygouris (1995)na maioria das vezes está relacionado a situação de impotência. Segundo Carl Gustav Jung é de origem narcísica, faz parte dos humanos e está no centro do processo de construção da subjetividade – fundamental como regulador dos vínculos sociais.

Essa sensação normalmente se origina de ansiedade quando submetido a avaliação que foi negativa, ou houve um fato muito significativo que pode desenvolver inclusive estresse pós-traumático. Mas no caso de Alex os relacionamentos são mais difíceis, sente raiva, esta sempre se defendendo, e tem dificuldade em socializar. O que permeia as relações é que ele é ruim fez coisas ruins gerando culpa, e pode ter sido filho de pais envergonhados. Ou alguém reforçador desse sentimento. Além de eu sou ruim (vergonha) eu fiz algo ruim (culpa) sente-se julgada (pensa que está sendo), e não quer agir fora dos padrões. Então tem um autoconceito alto (não pode errar). Não consegue se expor e exige o que lhe é de direito. Tropeça nas palavras e pensa até em destruir o outro quando na discussão. Difícil olhar nos olhos. Toda essa cobrança causa apatia, sensação de vazio (solidão). É agitado, causa de insônia. E pode desenvolver desde pensamentos suicidas, fobia social, estresse pós- traumático. Seus dias são extremamente penosos e dolorosos. Sigmung Freud situa em seus escritos iniciais como nojo e moralidade e uma das barreiras repressoras das pulsões, de caráter narcisista, intransigente cruel e sem reparação possível.

Mas tem como amenizar tal situação?

Sim através de sentimento de autocompaixão para liberar ocitocina que o ajudará sentir mais confiança, felicidade, estabilidade emocional. Um acompanhamento profissional para reconhecer seus medos, aprofundar a conscientização dos episódios de infância, desenvolver a inteligência interpessoal. Através de conhecimento pode melhorar a autoconsciência. Ser mais fofo ao invés de auto inimigo. É como amar, ser amável consigo também, tendo a capacidade de ver em si mesmo a sua dignidade, e ser digno de amor próprio.

Briguei comigo e com o espelho que me olhava feio e sem graça! (autor desconhecido)


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